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Jesus é a Verdade

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O Papa Bento XVI começou o dia 12 de Maio no Centro Cultural de Belém, com representantes da cultura portuguesa. O Santo Padre falou na importância da verdade e os seus conflitos. D. Manuel Clemente, responsável pela Pastoral da Cultura, saudou o Papa, e Manoel Oliveira, o cineasta centenário, falou em nome de todos os representantes da cultura portuguesa.

 

 

 Depois de ter sido saudado por Dom Manuel Clemente, que agradeceu e referiu que em Portugal a  intenção do Santo Padre no plano cultural «também é entendida e bem aceite por muitas personalidades das letras, das ciências e das artes, ainda além das fronteiras da confessionalidade estrita. Exactamente por compreenderem a base humana e razoável que o Santo Padre nunca dispensa, uma vez que, como Santo Agostinho, detecta em cada pessoa o sinal e a expectativa de Deus, o único que satisfaz a inteligência e pacifica os corações».

Manoel Oliveira, com cento e um anos, não demostrou qualquer fragilidade em falar para sumo pontífice que sempre sorridente ouviu dizer que «as Artes desde os primórdios sempre estiveram estreitamente ligadas às religiões e o cristianismo foi pródigo em expressões artísticas depois da passagem de Cristo pela terra e até aos dias de hoje».

 

Missão com Verdade

 

Para o sucessor de Pedro, «a cultura reflecte hoje uma «tensão», que por vezes toma formas de «conflito», entre o presente e a tradição», acrescentando que «a dinâmica da sociedade absolutiza o presente, isolando-o do património cultural do passado e sem a intenção de delinear um futuro. Mas uma tal valorização do «presente» como fonte inspiradora do sentido da vida, individual e em sociedade, confronta-se com a forte tradição cultural do Povo Português, muito marcada pela milenária influência do cristianismo, com um sentido de responsabilidade global, afirmada na aventura dos Descobrimentos e no entusiasmo missionário, partilhando o dom da fé com outros povos»

Bento XVI identifica este «conflito» que se situa entre a tradição e o presente exprime-se na crise da verdade. Nesse sentido, «a Igreja tem uma missão ao serviço da verdade para cumprir, em todo o tempo e contingência, a favor de uma sociedade à medida do ser humano, da sua dignidade, da sua vocação».

«Para uma sociedade composta na sua maioria por católicos e cuja cultura foi profundamente marcada pelo cristianismo, é dramático tentar encontrar a verdade sem ser em Jesus Cristo», disse, sublinhando que para os cristãos, «a Verdade é divina; é o «Logos» eterno, que ganhou expressão humana em Jesus Cristo, que pôde afirmar com objectividade: Eu sou a verdade».

Santo Padre referiu que a «Igreja sente como sua missão prioritária, na cultura actual, manter desperta a busca da verdade e, consequentemente, de Deus; levar as pessoas a olharem para além das coisas penúltimas e porem-se à procura das últimas. Convido-vos a aprofundar o conhecimento de Deus tal como Ele Se revelou em Jesus Cristo para a nossa total realização. Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza».

 Bento XVI depois de ter discursado foi agraciado por um caloroso aplauso. A sala do Centro Cultural de Belém colocou-se de pé para aplaudir as palavras proferidas pelo Papa. Ao som do «Magnificat», entoado pelo coro da Gulbenkian, foi cumprimentado por vários participantes convidados. Entre eles encontram-se os representantes das cinco principais confissões religiosas em Portugal: Comunidade Judaica, Hindu, Aliança Evangélica Portuguesa, Comunidade Islâmica e Ismaelita.

BML

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13 de Maio de 2010