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Ser pastores no Pastor

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No dia 11 de Junho, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, encerrou o Ano Sacerdotal, proclamado pelo Papa Bento XVI por ocasião do 150º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars, o patrono dos párocos e outros sacerdotes com cura de almas. O clero de Setúbal, reunido com D. Gilberto do Reis, celebrou este dia em Alcochete, terra natal do Padre Cruz, para lembrar também os 150 anos do nascimento deste sacerdote.

 

 

 Depois de um ano de reflexão sobre o ministério sacerdotal, que se traduziu das mais diversas formas pela Igreja de Setúbal, o Ano Sacerdotal encerrou em Alcochete com a presença dos padres da diocese junto do seu Bispo.

O dia começou pelas 11h com uma pequena palestra do Padre Ramiro Ferreira, pároco de Alcochete, sobre a vida do Padre Cruz, a quem o povo já chama santo. Disse o pároco que a devoção popular ao Padre Cruz em Alcochete «permitiu manter uma certa religiosidade» naquela zona «e uma devoção ao sacerdócio, mais do que ao sacerdote, em que se olha para o ministério do padre, e menos para a pessoa em si».

Depois destas breves palavras foi celebrada a Missa. Aí, o Bispo de Setúbal convidou os sacerdotes à contemplação de Jesus como o ‘Bom Pastor’ das suas ‘ovelhas’ e salientou o sacerdote deve ser o primeiro a perceber que Jesus Cristo é o Bom Pastor que o ama e «o primeiro a dar testemunho de ovelha que escuta, ama e segue fielmente o Seu Pastor e Senhor».

Manifestando o desejo de que «o dinamismo do ano sacerdotal perdure», D. Gilberto pediu aos padres que continuassem a promover a cultural vocacional e a aprendessem «a ser pastores no Pastor», salientando que o sacerdote «tem de aprender, dia a dia, a ter os sentimentos, os gestos e o coração do Pastor Jesus Cristo».

 

Gratidão e desafios

 

Apesar de considerar que a acção pastoral dos padres é por vezes realizada em condições bem difíceis, o prelado agradeceu a dedicação dos sacerdotes e referiu que encerramento do ano sacerdotal era feito em clima de «gratidão ao Senhor» pelo sacerdócio: «encerramos o Ano Sacerdotal cheios de gratidão ao Senhor porque nos fez sacerdotes e, por isso, servidores da alegria, da vida em abundância, e guias do caminho para o Céu».

Depois de ter recordado palavras de Bento XVI na viagem apostólica que fez ao nosso país, o Bispo lançou aos padres alguns desafios: «O desafio de cultivar a intimidade com Jesus perante a tentação do activismo e da tibieza; o desafio de buscar quem está fora do redil (a maioria na Diocese!) perante a tentação de nos limitarmos ao que temos ou julgamos ter ou de buscar a ovelha perdida com métodos impróprios; o desafio de trabalhar em rede vencendo os individualismos; o desafio do entusiasmo, da coragem e da imaginação criadora perante a tentação de cruzar os braços à espera do fim; o desafio da compaixão activa pelos pobres, doentes, sós, presos e por quem não tem sentido para a vida já que Deus se reconhece nos gestos do amor na verdade; o desafio – que lanço à Diocese como projecto pastoral para os próximos anos – de renovar a iniciação cristã, em ordem à formação dum laicado maduro, identificado com a Igreja e solidário com o mundo. Desafios que requerem reuniões, planos, programas, mas que pedem, antes de tudo em cada sacerdote, um total enamoramento por Cristo; o refazer da experiência de Jesus Ressuscitado, na comunhão da Igreja; a assimilação contínua pela acção do Espírito Santo do coração de Bom Pastor do Sagrado Coração de Jesus».

«São desafios que requerem reuniões, planos, programas, mas que pedem, antes de tudo em cada sacerdote, um total enamoramento por Cristo», concluiu. A celebração continuou com um tempo de adoração e terminou com a consagração dos sacerdotes ao Coração Imaculado de Maria.

Após o almoço, houve ainda tempo para uma visita à casa onde viveu e morreu o Padre Cruz.

 

Anabela Sousa

 

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15 de Junho de 2010