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O Fazedor de Pontes

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Texto de opinião de Rui Pinto Gonçalves

O Fazedor de Pontes

 

A vinda do Papa Bento XVI a Portugal, para além de uma alegria imensa para os católicos portugueses, é um momento de paragem, reflexão e reafirmação duma Igreja sob ataque.

Note-se que o ataque não tem a ver (ou não tem a ver apenas) com a avalanche internacional associada a actos hediondos de indivíduos que não são Igreja mas vem de trás, vem dos ataques à família, vem do ataque à vida, vem do combate à dignidade do envelhecimento e da validade da 3.ª idade de que o Papa João Paulo II foi arauto e exemplo vivo.

A sociedade portuguesa tem sido passiva, tem sido amorfa deixou-se ir numa avalanche de sucessiva deterioração do próprio tecido social do próprio ADN nacional que nasceu, cresceu e desenvolveu-se acoitado em princípios, valores e pressupostos que levaram séculos a serem consolidados e que em meses ou semanas são destruídos por uma vaga, uma moda ou um referendo.

Quantos se lembram que Portugal é Portugal porque o Papa Alexandre III em 1179 estatuiu que era Manifestis probatum (manifestamente provado) que o território e o povo português tinham a unidade suficiente e o enorme amor a Jesus Cristo e obediência à Igreja para terem autonomia e identidade próprias para serem um país, que se mantém como tal nestes 831 anos que desde então decorreram.

Foram um Papa e a Igreja que sustentaram que este conjunto de pessoas, de valores e de acções eram Portugal. Por maioria de razão o contrário não é Portugal.

Muitos sustentam que a “modernidade” é que interessa e que a modernidade implica ter valores transitórios, ao momento, ao sabor do interesse pessoal e do prazer íntimo que torna irrelevante qualquer bem maior, qualquer bem social.

Até há 5 anos atrás havia um Cardeal responsável pela Congregação da Doutrina da Fé que não compactuava com estas visões pseudo-modernas. Ninguém esperava que Joseph Ratzinger compactuasse com estas visões que implicavam a destruição da célula familiar e com ela a destruição da sociedade que nela assenta. Ninguém por isso poderá esperar que o Santo Padre Bento XVI compactue com visões que assentam no populismo, no imediato, na imagem no agora sem o amanhã.

É este homem, este fazedor de pontes que nos visita e que nos convida a sermos homens mas fundamentalmente a voltarmos a ser Portugal.

Bem-vindo Sumo Pontífice, acorda Portugal.

 

Rui Pinto Gonçalves

Chefe Regional

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07 de Maio de 2010