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Um esforço acrescido

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O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas. Este é o enunciado do quarto artigo da Lei do Escuta.
Cumprir este artigo é de uma dificuldade extrema.

 

O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas. Este é o enunciado do quarto artigo da Lei do Escuta.

Cumprir este artigo é de uma dificuldade extrema. O CNE na Região tem cerca de quatro mil elementos, o escutismo em Portugal tem cerca de 70 mil associados e no mundo rondam os trinta milhões, é muita gente para se gostar e muita gente para ter como irmão.

A verdade é que querer o bem a todos os nossos irmãos, sejam irmãos no movimento ou simplesmente irmãos na Fé e no Amor a Jesus Cristo, tem-se mostrado difícil para nós. Dentro do CNE e mesmo dentro das paróquias e, por consequência dentro da própria Igreja, geram-se lutas “intestinas” que nos afectam a todos e nos afastam da Caridade que São Paulo apregoa como sendo a pedra angular do ser cristão.

Então eu que me reconheço como pecador, que reconheço que há muitos irmãos que não amo e até muitos de quem não sou – e se calhar nem quero – ser amigo, devo-me excluir, devo-me considerar indigno? E se assim for a questão passa a ser: «Quantos sobrarão»?

Todos nos revemos nesta falha porque caminhamos para a santidade mas estamos ainda longe dela, contudo o que importa aqui é perceber que porque somos irmãos na fé ou na fraternidade escutista devemos fazer um esforço extra, é isso que nos é pedido.

Quando BP mostrava o seu medo de que todos nos tornássemos numa organização era precisamente porque nas organizações não há caridade, não há fraternidade e não há amor pelo próximo.

Nas organizações há lutas, disputas e constantes batalhas no interesse do “Eu” fingindo ser no interesse do colectivo. É nisso que não nos podemos tornar, não nos podemos tornar nós escuteiros e não nos podemos tornar nós cristãos.

Temos que verdadeiramente fugir da tentação e não esperar apenas que Ele não nos deixe cair nela. A tentação do nosso pequeno poder, a tentação do nosso direito adquirido, a tentação do juízo rápido, a tentação do egoísmo e da superioridade. Temos todos muito disso e isso é o contrário da verdadeira caridade, isso não é ser amigo.

Valorizemos então esta palavra – Amizade – ora em desuso, ora banalizada. Sejamos amigos de todos dentro das nossas possibilidades mas façamos o esforço acrescido vincando assim a nossa natureza cristã e a nossa identidade escutista.

 

Rui Pinto Gonçalves

Chefe Regional

 

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07 de Junho de 2010