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O Sacramento do Encontro

Corpo de Deus procissão 2010 145

No passado dia 3 de Junho realizou-se a tradicional Procissão de Corpo de Deus pelas ruas da cidade de Setúbal, desde a Sé à Igreja de São Julião, com a participação de alguns dos padres da Diocese e presidida pelo Bispo de Setúbal, D. Gilberto dos Reis, e com a presença de mais de um milhar de fiéis.

A Sé de Setúbal encheu para a oração das vésperas, que antecedeu a procissão, reunindo-se o clero e restantes cristãos num profundo momento de oração junto de Cristo sacramentado, que Se encontrava exposto sobre o altar. De forma especial, estavam presentes algumas das crianças que fizeram a primeira comunhão naquele dia, bem como os Ministros Extraordinários da Comunhão instituídos de novo naquele dia.

 

D. Gilberto dos Reis, durante a oração, dirigiu algumas palavras a todos, começando por utilizar a imagem dos grandes espaços comerciais, que têm institucionalizados os chamados «pontos de encontro» para quem eventualmente se perca dos seus, considerou que, na vida, «se alguém se encontra perdido, o ponto de encontro é a Eucaristia», pois é nela «que os homens se encontram com Deus»: «a Eucaristia é o Sacramento do Encontro, onde se encontra o sentido da Vida», referiu.

 

Com esse Encontro com Jesus na Eucaristia, a pessoa «encontra a força e a luz». O bispo exortou todos a que continuassem «a crescer na fé e a acreditar na pessoa de Jesus, presente no Sacramento da Eucaristia». D. Gilberto lembrou que o estabelecimento desta Solenidade surgiu para lembrar ao povo cristão a presença de Cristo na hóstia consagrada, uma vez que muito perdiam ou pelo menos questionavam fortemente esta certeza.

 

 

Igreja não é casa de espectáculo

 

Tendo em conta a profundidade do Mistério que se celebra em todas as Igrejas, em todos os dias do ano, o prelado não perdeu o ensejo para apontar a falha a quem utiliza a Igreja como se fosse «casa de espectáculo», menosprezando o espaço sagrado: até à celebração começar mantêm-se em conversa com o «vizinho» do lado, para só fazer silêncio quando começa a celebração, esquecendo que Cristo está presente no Sacrário, e que é com Ele que deve falar, e acima de tudo escutá-l’O.

 

Depois da oração das vésperas, iniciou-se a procissão, que em largo cortejo acompanhou o prelado e a Custódia, seguindo todos pelas ruas da cidade até à Igreja de São Julião. As mais de um milhar de pessoas iam acompanhando, através do sistema de som montado para o efeito, as reflexões e os cânticos emitidos a partir da Sé. E o espectáculo dos jacarandás em flor, que faziam tecto para o pálio e para todo o cortejo de fé, emprestavam àquele fim de tarde uma luminosidade muito bonita e especial.

Chegada a procissão à Igreja de São Julião, ali se deu, como habitualmente, a bênção com o Santíssimo Sacramento a todos os presentes e a toda a cidade, após um breve momento de oração.  

 

 

Bruno Máximo Leite

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08 de Junho de 2010