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Uma escola de Valores

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Numa agradável tarde de Sábado, e no final do ano lectivo, o Notícias de Setúbal esteve no Externato Diocesano Sebastião da Gama e falou com os membros da Direcção. Encontrámos um ambiente familiar, de boa disposição, num dia de festa, que tinha começado na Paróquia de Nossa Senhora da Anunciada, em Setúbal.

 

 

Colégio católico da Diocese de Setúbal, localizado na cidade sadina, o Externato Sebastião da Gama disponibiliza aos pais que escolham esta escola para os seus filhos, uma educação assente nos valores do humanismo cristão. Diz Álvaro Quintas, o director do Externato, que «esta é uma escola católica, de Igreja, que tem uma matriz cristã» mas salienta que «não é uma escola confessional» que obrigue os pais, os alunos e os trabalhadores, a uma determinada confissão religiosa.

«A Igreja prestaria um serviço limitado se o Externato estivesse aberto apenas aos cristãos. Esta escola está aqui como serviço à comunidade e por isso um serviço aberto», considera.

 

A «liberdade» da escolha

 

Uma das questões que inquieta o Director da escola é a oportunidade e legitimidade das escolas privadas, quer sejam da Igreja ou não, em relação às escolas públicas. De um passado em que só as escolas privadas (nomeadamente as que pertenciam à Igreja) é que eram veiculadoras do saber, passou-se à democratização e à laicização do ensino.

«Hoje – diz Álvaro Quintas – há a tendência inversa e os pais, na sua liberdade de escolha, preferem as escolas particulares, muito especialmente quando acontece alguma falência das escolas públicas em relação ao ensino por causa do seu número e da sua dimensão».

No entanto, apesar de os pais desejarem para a educação dos seus filhos uma escola particular (da Igreja ou não) estão condicionados pela sua capacidade económica. «Liberdade propriamente dita, não há. Os pais não podem eleger em igualdade de circunstâncias entre uma escola e outra. Aqui pagam três vezes a educação: nos impostos gerais, nas propinas, e, indirectamente, nos impostos que as escolas têm que pagar ao Estado», considera o professor.

Muito embora exista uma sobrecarga em termos financeiros, continua a haver um grupo de pais que entende que vale a pena o risco e o sacrifício porque «entendem que esta escola tem é peculiar e transmite os valores da lealdade, da amizade, da verdade, da tolerância, da justiça e do trabalho», disse ainda o director.

 

Dar uma «coluna vertebral»

 

Perante os problemas que afectam a sociedade dos nossos dias onde há uma ausência de valores cada vez maior, e onde assuntos como o aborto ou a homossexualidade são recorrentes, a direcção do Externato Sebastião da Gama diz que na escola não há temas proibidos.

«Não nos fechamos na concha desta escola onde há problemas que não entram. Pelo contrário, é sabendo que os problemas existem na sociedade, que procuramos mostrar qual é posição, primeiro humana, e depois, como é que o humanismo cristão a clarifica», refere o Professor Álvaro.

Maria Costa, membro da direcção do Externato, diz ainda que «seria uma inocência não abordar estas questões porque os próprios meios de comunicação social deixam em casa de todos os meninos e a qualquer hora, as coisas mais variadas e mais agressivas. As crianças nos tempos de hoje não vivem encapsuladas e, por isso, têm que começar a discernir os valores para que isso vá ajudando a construir a personalidade da criança de uma forma mais integral».

O Externato Sebastião da Gama preocupa-se assim em dar aos seus alunos, nas palavras do director, Álvaro Quintas, uma «coluna vertebral com valores cristãos e humanos, uma capacidade de auto-crítica e de olhar para a sociedade mas não com amorfismo».

Presença de Deus.

 

Anabela Sousa

 

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26 de Junho de 2010