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Caminho Português de Santiago candidato

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A Associação Espaço Jacobeus (AEJ) está a trabalhar, junto da UNESCO, no sentido de classificar os caminhos portugueses de Santiago de Compostela como património da humanidade. “Já houve uma reunião com a UNESCO, que recebeu bem a ideia. Estamos a trabalhar para conseguir esta classificação em 2021”, afirmou Amaro Franco, acrescentando que pretende, ainda, a classificação do percurso pelo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (Igespar).

 

 

Os Caminhos de Santiago são uma rota de peregrinação europeia, criada a partir do século IX como forma de afirmação da fé católica e de devoção ao apóstolo S. Tiago, cujo túmulo foi encontrado naquela que é hoje a cidade de Santiago de Compostela.
A parte espanhola e francesa do Caminho já foi considerada Património da Humanidade (em 1993 e 1998, respectivamente), mas a parte portuguesa do percurso ficou de parte. Agora, a AEJ, criada em 2004, tem-se empenhado em melhorar os trajectos, que não têm nenhuma entidade oficialmente responsável por eles (em Espanha, a Sociedade de Gestão do Plano Xacobeu tem a cargo a recuperação das rotas e do património dos Caminhos de Santiago).
“Oficialmente, ninguém é responsável pelo caminho português. A Câmara de Barcelos fez recentemente um protocolo com uma associação local, para limpeza e remarcação da sinalização. A AEJ reabriu o caminho da costa e, duas vezes por ano, os nossos voluntários vão ao caminho ver se está tudo em ordem”, descreve Amaro Franco.
O responsável explica que existem outras associações que ficam atentas a problemas nos caminhos e que o trabalho de os resolver se vai fazendo, com a ajuda de autarquias locais.

“Fomos alertados para o encerramento de uma passagem de nível em Oliveira de Azeméis. A passagem foi fechada com blocos e isso fecha o Caminho. Já alertámos as autoridades, explicando que, sem marcação alternativa, o peregrino não sabe como retomar o caminho”, refere o presidente da AEJ.
Amaro Franco nota, ainda, que a AEJ está a “trabalhar com várias Câmaras” na elaboração de um “manual para a abertura e sinalização de itinerários de peregrinação a Santiago e Fátima”. A instalação de albergues de peregrinos nos caminhos portugueses também tem ajudado a melhorar a rota nacional. O primeiro albergue português surgiu em 2004. Actualmente existem “cinco ou seis”, pelas contas de Amaro Franco, que nota que “são iniciativas de autarquias locais” – Barcelos, Paredes de Coura, Valença e S. Pedro de Rates, por exemplo. A AEJ tem em vista a abertura de mais dois albergues.

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27 de Julho de 2010