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Fainas e Faenas

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Com as novas nomeações episcopais, para alguns Agrupamentos começa igualmente uma nova etapa, que é a relação com o novo Assistente.
Trata-se sempre de um momento crucial para as paróquias mas também para os Agrupamentos, na medida em que em alguns casos se trata da adaptação a um novo sacerdote, a um novo estilo, a uma nova maneira de ser depois de anos com o mesmo Assistente e com as suas idiossincrasias, que é uma forma rebuscada de dizer com o seu feitio.

 

 

Com as novas nomeações episcopais, para alguns Agrupamentos começa igualmente uma nova etapa, que é a relação com o novo Assistente.

Trata-se sempre de um momento crucial para as paróquias mas também para os Agrupamentos, na medida em que em alguns casos se trata da adaptação a um novo sacerdote, a um novo estilo, a uma nova maneira de ser depois de anos com o mesmo Assistente e com as suas idiossincrasias, que é uma forma rebuscada de dizer com o seu feitio.

Veja-se o caso da Quinta do Anjo com quase duas décadas com o Rev.º Padre Jorge Almeida, e que recebe agora, na sua primeira missão paroquial autónoma, o Rev.º Padre Carlos Filipe da Silva, actual Assistente Adjunto do CNE, cheio de entusiasmo e alegria.

Tome-se o caso de Sesimbra que, depois de mais de uma década com o Rev.º Padre Sílvio Couto – cujas reflexões neste jornal sempre captam a nossa atenção – recebe agora o Rev.º Padre Manuel Silva, que não tem experiência directa com o CNE.

Ou o oposto, o 461 do Feijó, que depois de uma geração com o Rev.º Padre António, recebe agora o nosso estimado Director, Rev.º Padre Francisco Mendes, um escuteiro tout court, um homem que não consegue estar parado, um fazedor dinâmico e que – com alguma certeza se dirá – passará a ter uma intervenção directa no Agrupamento puxando dos seus legítimos galões de membro da Equipa Nacional de Assistência do CNE.

É essencial começar bem, “com o pé direito” como diz o povo, e este caminho que obriga ao entendimento.

Nem os Agrupamentos devem achar que o novo Assistente é que tem que aprender as regras do seu funcionamento, nem os Assistentes devem entrar com “violência revolucionária” (no sentido mais mitigado possível da expressão) pelo menos antes de perceberem – uns e outro – as dinâmicas e os pulsares.

É uma espécie de namoro à antiga “janelando e com paciência”, que deve ser levada a cabo sem conceitos pré formados ou com juízo conformados.

A mudança de prior é um momento histórico para as Paróquias, que começam de facto uma nova vida e uma nova descoberta. Cada Paróquia tem as suas características – boas e menos boas – e cada sacerdote tem igualmente a sua maneira de ser, tal como o prelado tem as suas razões para as mudanças que seguramente são ponderadas no interesse da Diocese e do bom governo do reino de Deus.

Quando vemos paroquianos em Braga a protestar veementemente junto do Sr. Arcebispo, porque não querem ver partir os seus párocos, devemos ficar tristes. Não só porque os paroquianos fazem como fazem, mas principalmente porque se reconhecem as virtudes do seu pároco devem permitir que outros igualmente as conheçam e devem abrir os seus corações aos novos nomeados, e isto também é caridade.

Lembremo-nos sempre que cada padre é primeiro um homem, com virtudes e defeitos, e ao ir para uma nova paróquia também terá os seus medos, as suas resistências, mas fundamentalmente irá com a alegria de trilhar o Caminho de sempre mas com um novo rebanho.

Porque é elucidativo de como se abrem novos horizontes aos Senhores Padres, recorda-se aqui – pedindo desculpa pela ligeira inconfidência – o que há dias se ouviu de um destes Reverendos que vai trilhar novos caminhos: «Depois de uma terra de pescadores vou para uma terra de touros, mas eu nunca fui a uma tourada na vida».

Cabe assim aos novos paroquianos também mostrar as virtudes e as particularidades das novas terras, mesmo que implique mostrar ao novo prior habituado às coisas da faina a beleza de uma faena com salero.

 

Rui Pinto Gonçalves

Chefe Regional

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27 de Julho de 2010