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Bilhete Postal

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Caro Alfredo,
Hoje, quero partilhar contigo quatro momentos felizes que vivi numa semana só. Pode ser?

 

Caro Alfredo,

 

Hoje, quero partilhar contigo quatro momentos felizes que vivi numa semana só. Pode ser?

1 – Um padre que já fora meu aluno e que se manteve sempre muito ligado a mim, celebrou quarenta anos de vida pastoral, no serviço da mesma paróquia. O povo, o nosso bom povo, quis recordar este acontecimento e envolveu-o num clima de carinho encantador. Eu estive lá. Também cantei a fidelidade e a doação inteira daquele padre, como cantei os sentimentos de gratidão daquele povo. Até lá ficou um busto, até lá ficou uma rua a perpetuar a presença activa e feliz daquele padre. A memória é sagrada na Igreja, porque a Igreja é memória.

2 – Logo a seguir, outro padre, porque muito bom e zeloso, extremamente amado pelo seu povo, encontra-se com as suas Bodas de Prata sacerdotais. Escolheu 18 sacerdotes que, por qualquer circunstância, se cruzaram com ele na sua vida, e fez com eles um mais que fraterno convívio no Mosteiro de Tibães, onde agora funciona uma simpática albergaria orientada por religiosas. Quando puderes, Alfredo, vai a Tibães, porque mergulhas no melhor da nossa História. No fim do repasto, o padre, agradecido, explicou a razão da presença de cada um E também disse porque me tinha querido lá. Tudo lembrou o espectáculo do Cenáculo!

3 – Depois…depois foi a participação na ordenação de cinco presbíteros na cripta do Santuário do Sameiro. Aqueles generosos jovens, que se entregavam com visível entusiasmo ao serviço do Povo de Deus, tinham sido acompanhados por mim para a ordenação no diaconado e criaram comigo uma inestimável amizade. Pude reviver com alegria, gratidão e muita saudade todo um itinerário em direcção ao altar, que foi o meu. Tudo era divinamente encantador naquele cenário: cripta cheia (20 mil pessoas?) cânticos que se sentiam virem da alma, uma “multidão” de sacerdotes, uma Liturgia comovedoramente eloquente. Em todo o País se viveram por este tempo festas assim. É caso para se repetir: “Tende confiança!”

4 – E para terminar, registo a oportunidade feliz que me foi dada de presidir às comemorações dos 150 anos passados sobre a construção de uma grande e bem frequentada capela, num concelho vizinho. Lindo, ver como o nosso povo respeita o seu passado e se empenha em transmitir com fidelidade a herança recebida das gerações que o precederam. Em consonância com a liturgia daquele dia, vi naquela capela um eco da Casa de Mambré, onde as gentes que peregrinam reencontram frescura e força para a sua caminhada

Concordas comigo em classificar esta semana como uma semana de graça? Tudo isto aconteceu quando andava comigo a recordação dos 35 anos da minha nomeação episcopal… Por favor, dá comigo louvores a Deus, na companhia de Nossa Senhora do Carmo.    

 

Sempre Dedº.

+Manuel

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05 de Agosto de 2010