comprehensive-camels

21 mortos em atentado contra igreja no Egipto

cairo

Um atentado com um carro armadilhado, junto a uma igreja da cidade egípcia de Alexandria, provocou na passada semana 21 mortes e 79 feridos, segundo os dados oficiais disponibilizados pelo governo local.
A explosão, ainda não reivindicada e condenada pelo movimento islâmico palestino Hamas, aconteceu quando os fiéis saíam, pouco depois da meia-noite, de uma igreja situada no bairro de Sidi Bechr, em Alexandria, cidade costeira do norte, a cerca de 200 quilómetros da capital, Cairo.

 

O director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, referiu à «Rádio Vaticano» que o Papa foi informado do atentado, uma “horrível violência”, e se manifestou “profundamente tocado e entristecido”. “Percebe-se que o projecto do ódio não quer dar tréguas na sua luta homicida conrta a vida das pessoas e da paz”, assinalou o porta-voz do Vaticano. 

Os coptas, comunidade maioritária entre os cristãos daquele país, encontravam-se reunidos para assinalar a passagem de ano, quando a bomba deflagrou. 

Na sequência do atentado, verificaram-se conflitos entre cristãos e muçulmanos que saíram às ruas, durante os quais houve arremessos pedras e algumas viaturas foram incendiadas. 

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, pediu hoje aos cristãos e muçulmanos para que se unam e cerrem fileiras “para enfrentar as forças do terrorismo”.

No dia 6 de Janeiro de 2010, já outro atentado tinha causado a morte de seis coptas que festejavam o Natal, segundo o calendário utilizado na maioria das Igrejas do Oriente. 

De acordo com o “Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2010”, apresentado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, no Egipto, durante os últimos trinta anos, foram assassinados cerca de 1800 cristãos e houve cerca de 200 actos de vandalismo contra propriedades destas pessoas.

 

Vaticano rejeita acusações de ingerência

 

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, rejeitou as acusações de “ingerência” nos assuntos egípcios lançadas contra Bento XVI pelo grande imã de Al-Azhar, depois do atentado. Em declarações à «Rádio Vaticano», o director da sala de imprensa da Santa Sé diz que, no actual momento, “todos devem estar unidos contra o terrorismo”.

O imã Ahmed al-Tayyeb criticou o apelo que o Papa deixou, no dia 1 de Janeiro, aos dirigentes mundiais para protegerem os cristãos, afirmando que se trata de uma “ingerência inaceitável” nos assuntos egípcios, segundo a agência oficial MENA.

Para o padre Lombardi, a posição de Bento XVI é “claríssima”, condenado “radicalmente a violência” e manifestando-se próximo “da comunidade horrivelmente atingida”.

Partilhe nas redes sociais!
11 de Janeiro de 2011