comprehensive-camels

O futuro dos Centros Sociais e Paroquiais

mmello

Numa altura em que a crise em Portugal é real e com as dificuldades que os Centros Sociais e Paroquiais poderão ter que enfrentar nos próximos tempos, o Bispo de Setúbal convocou as Direcções destas instituições para o habitual encontro diocesano. No Seminário de Almada, no passado Domingo, dia 16 de Janeiro, 55 dirigentes reflectiram sobre os desafios do futuro.

 

 

Preservar a autonomia, afirmar a identidade, viver em unidade e fomentar um espírito de partilha. Foram estas as principais palavras que se ouviram no encontro diocesano dos Centros Sociais e Paroquiais e que foram apresentadas como solução para enfrentar os próximos tempos que se adivinham difíceis.

Em cima da mesa de trabalhos estiveram as orientações deixadas pelo Papa Bento XVI em Fátima, aquando do encontro com os agentes da Pastoral Social, e os sistemas de certificação da qualidade e sustentabilidade financeiras dos Centros Sociais Paroquiais.

Num debate moderado por Eugénio Fonseca, Director do Secretariado Diocesano da Acção Social e Caritativa, as intervenções foram feitas por Filomena Bordalo, antiga deputada e dirigente da Segurança Social actualmente a colaborar com a CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade), e por José Paulo Carvalho e João Pedro Correia, administradores de uma empresa de certificação de qualidade.

 

Renovar a acção social

 

Relativamente ao primeiro tema abordado, as reflexões deixadas pelo Papa em Fátima, Filomena Bordalo salientou que os desafios das instituições nos dias de hoje estão sobretudo relacionados com o saber ver e agir ao estilo do bom samaritano, com uma gestão eficaz e eficiente, com a capacidade de prever e enfrentar a mudança, e com uma marca forte de liderança em que se torna necessário formar uma geração de novos líderes para rejuvenescer a acção social da Igreja.

«Sem a melhoria destas capacidades, sem autonomia e independência e sem uma unidade de coração, espírito e acção as instituições sociais dificilmente conseguirão cumprir a sua missão», referiu a antiga deputada.

Na segunda parte da tarde de trabalhos, José Paulo Carvalho e João Pedro Correia apresentaram o sistema de certificação da qualidade e sustentabilidade financeira dos Centros Sociais e Paroquiais que têm estado a colocar em prática pelo país.

Dando a conhecer as exigências deste processo, os empresários mencionaram que a sustentabilidade financeira que se apresenta aos Centros Sociais e Paroquiais é um enorme desafio e que as instituições deveriam olhar para o seu interior e procurarem ser melhores, mais eficientes e mais eficazes para poderem ter um serviço de qualidade. De acordo com José Paulo Carvalho, este objectivo só será atingido «se existir unidade e partilha entre as instituições sociais, não só ao nível dos recursos técnicos e humanos mas também financeiros».

 

Renovar a acção social

 

No final do encontro, D. Gilberto dos Reis agradeceu aos presentes o serviço que têm entre mãos e disse: «Cada um de vós assume um grande desafio. Diante do que nos foi apresentado, a primeira ideia seria rejeitar. Mas o que pretendemos é ir caminhando porque o amor de Deus, que também se revela nestas coisas, é exigente. Peço-vos que em conjunto façam alguma coisa, nunca perdendo a autonomia a identidade».

O Bispo de Setúbal salientou ainda a acção evangelizadora dos Centros Sociais e Paroquiais e referiu que aliado a isto é necessário que exista uma cultura de planeamento e avaliação para a concretização dos objectivos.

 
Anabela Sousa

Partilhe nas redes sociais!
25 de Janeiro de 2011