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Mar de gente louva Senhor das Chagas

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Sesimbra celebrou, no passado dia 4 de Maio, a tradicional festa em honra do Senhor das Chagas, padroeiro do mar. O momento alto foi a Procissão desse dia à tarde, com a imagem do Senhor das Chagas a sair à rua acompanhada por milhares de fiéis. Antes, na Igreja de Santiago, tinha sido celebrada a Missa solene da Exaltação da Santa Cruz, presidida pelo Padre Manuel Silva que, pela primeira vez, participou nestas festas como pároco daquela comunidade.

 

Naquela Quarta-feira à tarde, um mar de gente a perder de vista estendia-se pelas íngremes ruas da vila de Sesimbra para ver passar a imagem do Senhor das Chagas. As colchas nas janelas, as pétalas atiradas ao andor quando passava e as ruas cobertas de alecrim demonstravam bem a importância desta devoção para as gentes da terra.

Muitos eram os que aguardavam a passagem da imagem à beira dos passeios e nas suas janelas mas, não menos eram os sesimbrenses que seguiam, em silêncio, mesmo à frente do andor do Senhor das Chagas a cumprir as suas promessas. Uns com velas e figuras de cera nas mãos, outros descalços, mas todos com a intenção de agradecer ou pedir ao Senhor determinado benefício nas suas vidas.

À chegada da Cruz do Senhor das Chagas ao Largo da Marinha, junto ao mar, cerca de uma dezena de embarcações que esperavam a bênção começaram a apitar com tal intensidade, louvando deste modo o seu padroeiro.  Ao longo de todo o caminho, o ressoar dos foguetes não cessava.

 

A dor é alegria

 

O pároco, Padre Manuel Silva, foi quem pregou o sermão no Largo da Marinha, antes de proceder à bênção do mar e das embarcações. Nessa ocasião, o exortou os fiéis a não deixarem que o culto ao Senhor das Chagas ficasse por ali. «Esta multidão que aqui se encontra é sinal que a nossa vila é profundamente cristã. Jesus, o Nosso Senhor das Chagas, deu-nos o seu amor como sinal da sua pertença a ele. Que este culto que hoje lhe prestamos tenha consequências na nossa vida», referiu o pároco.  

Depois de ‘se despedir’ das embarcações, o andor do Senhor das Chagas regressou à Igreja Matriz de onde tinha saído após a Eucaristia. Aí, foi o Padre Abílio Vieira que fez o tradicional sermão, antes de se cantar o hino litúrgico “Te Deum” e de a imagem regressar à Capela da Misericórdia, local onde permanece, habitualmente, até às festas do ano seguinte.

O Padre Abílio Vieira, num discurso vivo, salientou que «o Senhor das Chagas passou pelas ruas» mas que «falou ao coração de cada um». O sacerdote referiu ainda que tal como «a dor de Jesus na Cruz se transforma em alegria», cada um dos fiéis, ao «caminhar com Ele transforma as suas lágrimas de aflição em lágrimas de alegria».

Este foi uma dia de festa marcante, com uma procissão que demorou mais de três horas e em cujo cortejo seguiram também as autoridades civis, a Banda da Sociedade Musical Sesimbrense e da Fanfarra dos Bombeiros locais.


Anabela Sousa

 

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13 de Maio de 2011