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Sucesso: Perspectivas e Sensações

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A origem da palavra “Sucesso”, dá-nos a percepção que a avaliação de algo como bem ou mal sucedido, acaba por ser uma espécie de estado de espírito, mormente se não tivermos bitola ou patamares prévios de avaliação.

 

Vejamos então: «sucessus» é o particípio passado do verbo latim «sucedere», que na essência corresponde ao actual “acontecer”. Ou seja, sucesso é apenas um facto acontecido. Qualquer facto, mesmo o mais banal, sucedeu, por isso, olhando numa perspectiva etimológica, teve sucesso.

 A maneira como situamos esses factos no contexto das nossas vidas é que nos dá a percepção, puramente pessoal, de algo extraordinário. É por isso que cada um tem a sua perspectiva quanto ao sucesso ou falhanço de algo. No CNE tal é evidente.

Uma actividade é considerada “de Sucesso”, ou “de Insucesso”, meramente de acordo com patamares de satisfação pessoal de cada um dos que a avalia.

Tomemos com exemplo, uma actividade com Pioneiros (14-18 anos) recentemente ocorrida.

Para os jovens, em regra, sucesso é ter boas oportunidades de convívio, bons momentos de confraternização, divertimento e animação.

Os jovens efectivamente não precisam de se concentrar na sua formação no CNE ou em crescerem, porque isso é responsabilidade e preocupação dos Dirigentes, que devem educá-los pelo jogo e pelas dinâmicas do movimento, sem que eles se apercebam crescem.

Se se afirmar a um jovem que a noite de vigília de uma actividade foi um sucesso, porque houve momentos de oração, reflexão e em que dezenas de jovens – e dirigentes – se reconciliaram quando há muito não o faziam, eles dirão, provavelmente, que foi, pouco entusiasmante (para tentar fugir ao jargão juvenil bem conhecido).

Se se tentar explicar a um jovem que o esforço de um Raid, ajudou no espírito de Equipa, ensinou a entre-ajuda, ensinou qual a velocidade da Equipa, permitiu avaliar o cumprimento do oitavo artigo da lei e nos trouxe indicativos sobre a resistência física daquela faixa etária, ele apenas responderá que ficou morto de cansaço e que não percebe o porquê do mesmo.

Aos jovens não lhes devem ser exigidos critérios muito aprofundados, cuidados excessivos na avaliação do tal “Sucesso”, mas aos dirigentes cabe-lhes saber que existem critérios e que a avaliação depende, efectivamente, deles e que, mesmo quando algo corre mal, deve-se procurar retirar o que de bom ficou, isso sim, é avaliar o sucesso.

Ser dirigente é diferente de ser educando e um dos critérios é precisamente a perspectiva perante a avaliação e o sucesso, não pode ser só uma questão de sensação ou percepção, deve ser, exclusivamente, uma questão de comparação entre os parâmetros propostos e os atingidos, isso é ser um dirigente bem sucedido.

 

Rui Pinto Gonçalves

Chefe Regional

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24 de Maio de 2011