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São Pedro entre o rio e a terra

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No dia 29 de Junho a paróquia do Montijo viveu mais um dia de festa com a celebração do seu padroeiro, São Pedro, uma tradição antiga que leva à cidade milhares de pessoas para assistir às duas procissões realizadas, uma por mar, durante o dia, e outra por terra, durante a noite.

Depois do almoço, e com o sol bem alto, os homens do mar – pescadores, bombeiros e atletas – juntam-se no Cais para seguirem lentamente até à base aérea nº 6 onde à espera se encontrava a imagem do santo da festa. José Mário, pescador há três décadas, não esconde a «emoção e alegria de participar mais uma vez nesta procissão».

Não se lembra já ao certo em quantas participou mas tenta não perder nenhuma, uma vez que, como o próprio afirma, «depois da procissão ganha-se uma nova força para trabalhar no dia-a-dia, e bem é preciso, que isto cada vez está pior».

 

Ambiente de oração

 

Às embarcações de trabalho e de recreio de pequeno porte junta-se um catamaran de uma empresa que faz ligações fluviais, e que leva dentro cerca de duas centenas de fiéis que acompanham a procissão. É um trajecto de meia hora, lento, onde se pode observar cerca de cinco dezenas de embarcações. Quando se chega à Base nº 6 a imagem de São Pedro é colocada numa embarcação já preparada e dai segue de novo para o Cais das Naus, desta vez em ambiente de oração, com cânticos religiosos e as embarcações mais próximas umas das outras.

Ivone Lopes, que seguia no Catamaran, não escondia a emoção de ter participado naquela procissão. «Nunca tinha participado, venho do outro lado do rio, e já me tinham falado da beleza desta procissão. Por vezes ocupamos os dias com outras coisas menos importantes e hoje comprovo que me arrependo de não ter vindo antes», referiu, sublinhando que daqui para a frente vai participar mais vezes.

A procissão, chegada ao Cais, tinha à espera centenas de pessoas que acompanharam a imagem pelas ruas do Montijo até à Igreja Matriz. Durante a noite a caminhada repetiu-se, mas desta vez pelas ruas da cidade, e acompanhada por mais santos e mais bandas, que mantiveram a tradição acesa das gentes do Montijo.

 

Bruno Máximo Leite

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08 de Julho de 2011