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BILHETE-POSTAL

dom manuel

Caro Alfredo,

Temos frequentemente a sensação de que não sabemos para onde caminhamos. Refiro e só a área do socioeconómico. O contacto com as notícias deixa-nos de cabeça perdida.

 

Caro Alfredo,

Temos frequentemente a sensação de que não sabemos para onde caminhamos. Refiro e só a área do socioeconómico. O contacto com as notícias deixa-nos de cabeça perdida.

Mesmo assim, vale a pena esperar que um dia se mude – mas a bem! – o coração dos homens poderosos e, se calhar, se mude também, o coração de todos nós. Porque nadamos num mar comum, por isso, ou nos salvamos todos ou todos corremos o risco de nos perdermos.

Ao falarmos nestas situações injustas de carências e de medos mais que fundados, estamos normalmente a falar em nós e no mundo que mais de perto nos toca e esquecemos os outros mundos, onde a fome mais cruel e o abandono mais desumano são a companhia normal de milhões de pessoas, sendo estas em boa parte, crianças inocentes cujos olhos pregados nos nossos, nos cortam o coração.

Há Instituições mundiais cujo objectivo é acudir a esta desgraçada gente. Refiro, por agora, as Nações Unidas. Entre parêntesis, deixa-me dizer-te que já assisti a partilhas destas no Malawi, onde agonizava cerca de um milhão de refugiados de Moçambique. E garantiu-me quem sabia que metade das ajudas ficavam pelo caminho nas mãos de hábeis ladrões intermediários.

Ainda com estes dois quadros diante dos olhos do coração – desgraçados e Nações Unidas – eu queria, neste postal, prestar a minha homenagem, que poderei dizer de Portugal, ao Eng. António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, que, com uma humanidade sem medidas, corre o mundo, visita essas bolsas de miséria, chora com aquela gente, acarinha e dá esperança a tantos e tantos, grita alto ao mundo a chamar a atenção de todos para estes crimes que bradam aos Céus. Como português e como cristão, sinto-me mais com o exemplo deste grande português.

           

Mt.º Ded.º

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30 de Setembro de 2011