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Testemunho de esperança

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No primeiro dia do mês de Novembro, recordando o terramoto de 1755, as gentes da Arrentela saíram à rua para a procissão solene em honra de Nossa Senhora da Soledade. A bênção das águas e o sermão de encerramento estiveram, este ano, entregues ao Padre Daniel Nascimento, vigário paroquial da Arrentela, no seu primeiro ano de sacerdócio.

 

«Há 256 anos o terramoto e as águas colocaram em perigo a nossa terra. Hoje, como ontem, Nossa Senhora escuta as nossas preces», disse o Padre Daniel Nascimento junto ao rio Judeu onde o povo se congregou para agradecer à Virgem Maria as graças concedidas.

A grandiosa procissão vinha já da Igreja Paroquial, de onde saíram muitos devotos a acompanhar os dez andores. Lembrando que os andores e as imagens carregadas pelos fiéis não são apenas objectos, o Padre Daniel disse: «estes são os Santos para os quais todos devemos olhar. Como Maria, eles apontam-nos o caminho para Jesus».

O sacerdote recordou ainda os tempos de crise que Portugal atravessa e pediu ao povo de Deus ali presente que aprendesse com a mãe de Jesus. «Maria soube estar junto de Jesus, soube estar presente mesmo quando Jesus foi humilhado, crucificado e morto, soube sofrer com Jesus. Nós, que aqui estamos, não nos enganemos e não olhemos para Cristo através do sofrimento mas a partir da sua vida. Maria ensina-nos e leva as nossas dores e dificuldades para junto de Jesus», afirmou.

Ainda junto ao rio, e antes da bênção das águas, o vigário da Arrentela disse ainda aos paroquianos que este é um tempo para que Deus cresça cada vez mais na comunidade: «Nesta altura em que só pensamos em poupança, olhamos muito só para nós e para os nossos. Mas olhar para o nosso umbigo não nos leva a lado nenhum. Somos todos parte de uma comunidade, e uma comunidade só tem futuro se nesse futuro estiver Deus».

«Hoje vivemos momentos difíceis. Hoje há fome, desemprego, delinquência. Há uma grande falta de tudo e sobretudo de esperança. Que o dia de hoje nos ajude aperceber que é a cruz da esperança que nos acompanha porque Jesus ressuscitou e dá sentido à nossa vida. Que esta tradição centenária seja para darmos testemunho de esperança, para mostrar que o Povo de Deus não tem medo e caminha sempre em frente», concluiu o Padre Daniel Nascimento.

As festividades começaram no passado dia 23 de Outubro, com a novena em honra de Nossa Senhora da Soledade, e terminaram no dia 1 de Novembro com a Eucaristia solene e a procissão pelas ruas.

 

Anabela Sousa

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08 de Novembro de 2011