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BILHETE-POSTAL

dom manuel

Caro Alfredo,
Aqui há dias, pediram-me um olhar sobre a criança e o meu coração sensível ditou-me estes dois quadros:

Caro Alfredo,

 

Aqui há dias, pediram-me um olhar sobre a criança e o meu coração sensível ditou-me estes dois quadros:

1. Uma criança é um tesouro que nunca estará suficientemente descoberto, nem, descoberto, suficientemente explorado.

Paramo-nos logo na concepção e que mundo divino de maravilha ali acontece!

Acompanhamos a gestação e os milagres que nela e por ela se vão sucedendo despertarão um sentimento de espanto.

Imaginamos o parto que acontece com pormenores que a própria Ciência tem, muitas vezes, dificuldade em explicar e apetece-nos cantar o mundo novo que surgiu.

Como é então possível que tanto se brinque com este mistério? Como é possível que tanto se profane esta manifestação clamorosa do amor de Deus? Como é possível que sejamos capazes de comprometer a própria História com a má recepção a este novo mensageiro e actor?

2. Ainda com os olhos neste quadro, sinto-me também impelido a ajoelhar e chorar por:

• Crianças que não deixamos nascer:

• Crianças filhas do acaso;

• Crianças geradas sem cuidado e sem amor;

• Crianças nascidas sem ninguém que as espere;

• Crianças atiradas ao lixo;

• Crianças roubadas;

• Crianças abusadas no trabalho e na inocência;

• Crianças sem pai, sem mãe, sem família;

• Crianças que nunca deixamos que sejam crianças;

• Crianças com armas na mão, empurradas para o ódio e para o sangue.

 

Vem-me agora à mente que estes dois quadros podem ser fundo de uma meditação de Natal.

           

 

                                                                Mt.º Ded.º

                                                  + Manuel

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12 de Dezembro de 2011