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BILHETE-POSTAL

dom manuel

Caro Alfredo,
Vou imaginar-me contigo num café e contigo conversar sobre vários assuntos. Tu virás com os teus e eu levo estes comigo:

Caro Alfredo,

Vou imaginar-me contigo num café e contigo conversar sobre vários assuntos. Tu virás com os teus e eu levo estes comigo:
• A Igreja celebrou no dia dois de Fevereiro o Dia dos Consagrados. Lembramos centenas de milhares de pessoas que no mundo inteiro se deixaram seduzir por Jesus Cristo e passam agora a vida num serviço inteiro ao próximo. São luz neste mundo com tantos apagões. Deixamos um Obrigado a esses irmãos e irmãs que foram capazes de tal gesto e a ele se mantêm fiéis.
• No passado 29 de Janeiro, Lamego recebeu um novo bispo, de seu nome António Couto. Nunca vi tamanho entusiasmo em acontecimentos do género. Abençoada pelo serviço e testemunho de um bispo santo, a diocese sente-se refrescada por novo sopro do Espírito, tendo em conta as reais e tão cantadas qualidades de D. António Couto. Fez uma saudação cheia de ternura ao seu povo e dessa saudação permito-me sublinhar duas mensagens: “trago-vos notícias de Deus”; “quero conhecer o vosso rosto”. Nestas duas flores está contida toda a missão da Igreja; está contida a missão do bispo; está contida a missão de todo o fiel cristão. Não dá para comentar, mas para reflectir, guardar, testemunhar.
• Há dias, pediram-me para participar numas jornadas pastorais e seria este o tema a mim atribuído: “A globalização da Crise a exigir a globalização da Solidariedade”.
É verdade que uma teimosa e dolorosa crise tomou conta de nós. Tomou e como faz sofrer tanto mundo; tomou e como fará sofrer tanto mundo. E o pior, não obstante medrosas promessas, é que não adivinhamos mesmo quando nos deixará. Esta crise global, até nas áreas que escolheu – económica, moral e social – está a pedir, e urgentemente, uma solidariedade global – que atinja todos, e logo os ricos – e agora, com especial destaque, os fazedores de greves. Mete uma pena muito grande ver o trabalhador considerar o empregador como um inimigo a abater. E se não houver empregadores, de que vão viver os trabalhadores? Como se aguenta uma sociedade assim? Sabemos que enfrentamos uma situação complexa, mas será sempre no entendimento e no diálogo que nos salvaremos. Deixo mais um apelo aos grevistas: que tenham pena dos pobres, os sempre mais atingidos com os seus gestos. Então, que pensem mil vezes antes de recorrerem à greve.
E que venha com o esforço de todos um futuro melhor.

Mt.º Ded.º
+Manuel

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14 de Fevereiro de 2012