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BILHETE-POSTAL

dom manuel

Caro Alfredo,
No passado 14 de Fevereiro, celebrámos S. Valentim, comercializado em Dia dos Namorados.

Não houve órgão de Comunicação que não fizesse deste Dia larga, variada, colorida e, por vezes, estranha divulgação. Nem era preciso recorrer às entrelinhas para se descobrir que o que interessava era o gozo e para que este fosse completo, interessava mais o comércio. Tudo (quase) bem. A nós competia, a pretexto, ir mais longe e reflectir um pouco (perdão, o máximo) sobre a família e sobre uma séria e bem cuidada preparação para o casamento. Chegámos ao ponto de considerar de direita os que se preocupam com estes assuntos, considerando a direita como o diabo em figura, e de considerar como de esquerda, e na esquerda está a salvação, os que são contra a família, contra o namoro sério, contra o que signifique seriedade, integridade, verdade, lealdade, etc. Que fazer? Ficarmo-nos nos lamentos? – “Vejo um ramo de amendoeira”, quer dizer, as mudanças estão nas nossas mãos e não desanimemos nunca, porque a amendoeira floresce no inverno. Podemos e devemos transformar os frios e incomodidades do inverno em espaços lindos e agradáveis de primavera. Põe-se só uma condição: querer.
Deixa-me dar um salto para outro assunto: o caso de Beja. Do que o homem é capaz! Do que nós somos capazes!
A Comunicação andou (e andará) envolvida com o acontecimento uns poucos de dias. Em cada reportagem saía uma novidade horripilante. Os jornalistas foram perguntando às pessoas, e tantas elas eram, o que pensavam sobre o crime. E a resposta chegava, pronta, quente e raivosa, sobre o criminoso. Compreende-se. Mas não será que devemos ter compaixão daquele pobre homem, mesmo sem conhecermos os dramas interiores que estaria a viver? Jesus também morreu por ele. Jesus, não obstante tudo, espera por ele. E no Pai Nosso ensinou-nos a pedir: “perdoai, como nós perdoamos.
Olha, Alfredo, afinal, sem pensar nisso, fiz contigo uma esplêndida reflexão de Quaresma.

Mt.º Ded.º
+ Manuel

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06 de Março de 2012