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Onde há Deus, há futuro

Zita Seabra

Na passada terça-feira, em Almada, no auditório do Externato Diocesano Frei Luís de Sousa, teve lugar uma conferência quaresmal, organizada pela Vigararia daquela cidade, sob o tema «Onde há Deus, há futuro». A conferencista convidada foi Zita Seabra, que expôs aos presentes o seu testemunho e as suas impressões a propósito do tema.

Após uma breve atuação do Coral Ars Musica, a oradora dirigiu-se aos presentes, considerando que o tema – uma citação de um dos discursos do papa Bento XVI na sua visita à Alemanha – era muito oportuno e de charneira «porque» – disse – «uma sociedade sem Deus, que O elimina ou procura eliminar da sua vida, é uma sociedade morta e que só produz morte». Recordando as duas principais ideologias que tentaram sistematicamente eliminar Deus, o nazismo e o comunismo, Zita Seabra confessou-se surpreendida por ser na Europa de todos os confortos e bem-estar que Deus seja mais posto em causa. «Esta crise que vivemos não é outra coisa senão o reflexo da crise de valores criada quando se afasta o referencial de Deus, referencial que é a única coisa que nos impede de cair no relativismo, no achar que a vida humana vale enquanto eu lhe dou valor, e que as coisas valem não por si e em si mesmas, mas apenas enquanto eu lhe confiro valor». «Terrível, esta ideia», considerou.
Zita Seabra considerou ainda que os cristãos portugueses são demasiado acomodados e que «se indignam pouco com os ataques que são feitos à Igreja e aos seus valores». «Por vezes, acho que abandonamos o campo, e falamos de outras coisas que não de Deus». E, aos sacerdotes presentes, pediu mesmo: «Falem-nos de Deus! Na Comunicação Social, para falar de política, futebol, economia ou outra coisa qualquer há muita gente, mas vejo muitas vezes padres que nem sequer falam de Deus! Se não forem os senhores, quem nos fala de Deus»?
A concluir, quis ainda deixar a nota sobre a necessidade de a Igreja estar presente no campo da cultura, a produzir cultura, coisas belas que elevem para Deus, e recordou: «muitos dos grandes convertidos converteram-se pela cultura, pelas coisas belas que apontam para Deus e que falam de Deus».
Estiveram presentes cerca de centena e meia de pessoas. No próximo dia 19, para a segunda e última Conferência Quaresmal, será a vez de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, discorrer sobre a esta mesma temática.

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13 de Março de 2012