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Revitalizar e despertar para a Fé

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É uma Paróquia com trinta anos de existência, numa área geográfica que tem crescido em população nos últimos anos, e que quer revitalizar-se em Jesus. Fernão Ferro foi a comunidade que fomos conhecer esta semana. Com uma equipa sacerdotal composta pelo Padre José Manuel Abreu e pelo Padre Marco Belchior, foi este último, o pároco mais novo e atual responsável pela pastoral da Paróquia, que nos recebeu.

Desde que chegou à Paróquia de Fernão Ferro, enquanto vigário paroquial em 2010, o Padre Marco Belchior, que é pároco desde Outubro do ano passado, tem-se apercebido que ali existe uma enorme vontade em crescer no aprofundamento e numa maior familiaridade com o conteúdo da fé cristã. No entanto, o pároco considera que há barreiras que precisam de ser ultrapassadas.
«A comunidade tem procurado despertar, aos poucos, para uma maior revitalização dentro dela própria, mas também para fora. Sinto que vai havendo desejo em falar de Jesus aos outros mas creio que é necessário ultrapassar a tendência de um certo individualismo e conformismo», afirma.
A Paróquia de Fernão Ferro nasceu, há trinta anos, fruto da ação evangelizadora do Padre David Pinho Esteves, atual pároco da Arrentela. «Além da celebração da Eucaristia – explica o Padre Marco Belchior – formou catequistas para iniciarem crianças, jovens e adolescentes na vida cristã».
Atualmente, é uma comunidade com uma grande faixa etária de população mais envelhecida e com hábitos já adquiridos o que acaba por se tornar, de acordo com o pároco, uma das grandes dificuldades. «Estes fatores dificultam e amolecem a capacidade evangelizadora que a própria comunidade é chamada a ser e a viver. Existe ainda alguma dificuldade em se criar e viver em comunhão e, também, na capacidade de dar testemunho aos que nos rodeiam», considera.

Paróquia, lugar onde se professa a fé da Igreja

Neste sentido, o Padre Marco admite que o seu maior desafio naquela Paróquia é a consciência da eclesialidade da comunidade: «Esta não é uma associação recreativa mas um lugar onde se professa a fé da Igreja, se vive em comunhão com ela e se procura crescer na santidade e no amor a Jesus. E isso deve ser assumido na vida».
Considera ainda o sacerdote que a Paróquia tem que assumir o que é chamada a ser pelo Batismo com alegria e entusiasmo, para se tornar, no mundo, lugar de referência e sinal de Jesus. «A minha maior preocupação é a identidade da própria comunidade: o que é que nós queremos ser? Corremos o risco de ficarmos demasiado fechados dentro do nosso espaço, como se frequentássemos um conjunto de atividades e nada mais», acrescenta.

Apostar nas diferentes pastorais

Na Paróquia de Fernão Ferro, onde a Igreja é dedicada a Nossa Senhora da Boa Hora, a devoção à Virgem Maria é grande. São cerca de duzentos os fiéis que, todos os anos, seguem em peregrinação a pé até ao Santuário de Fátima. Diz o pároco que, a cada ano que passa, o número de peregrinos no mês de Maio aumenta.

Recentemente ,a Paróquia tem também avançado com outros momentos que querem colocar o povo de Deus em comunhão a caminhar para Jesus. A preparação dos tempos de Advento e da Quaresma com o canto da oração de Vésperas, aos Domingos, a iniciativa retomada de anunciar pelas ruas o Natal de Jesus e a Via Sacra de rua que está a ser preparada para Sexta-feira santa são algumas da iniciativas avançadas pelo pároco.
Além disto, o pároco assume ainda duas grandes áreas de ação da Paróquia: a pastoral catequética, sobretudo no que diz respeito à iniciação cristã de adultos e dos jovens, e a pastoral litúrgica. «Esta é uma das minhas prioridades. Aprender a celebrar bem os sacramentos e a tomar consciência de todo o património espiritual que a Igreja põe ao dispor do Povo de Deus. E, neste campo, a música assume um papel de grande relevância na educação para a liturgia», refere.
Adicionalmente, o Padre Marco Belchior quer dar continuidade à pastoral familiar apostando numa nova equipa de casais e, sobretudo, numa época em que as relações são pouco humanizadas, à pastoral da saúde, através da criação de uma equipa específica, dando uma resposta eficaz no acompanhamento aos doentes.
Nesta área, o prior destaca, dentre todos os grupos e movimentos que existem na Paróquia, a Legião de Maria. «Uma a duas vezes por semana colaboram comigo na visita e acompanhamento aos doentes e aos lares», refere.

Centro Paroquial responde à crise social

Nos primórdios da comunidade, em resultado da crise dos anos 80, a Paróquia acabou por olhar com preocupação para as situações de carência social e de alguma pobreza. Foi neste contexto que nasceu o Centro Paroquial. Com a crise económica atual, muitas são as dificuldades que tem sido sentidas na capacidade de resposta ao nível da ação social.
Para ajudar a ultrapassar este momento mais difícil, explicou-nos o pároco, foi criado um Fundo Social Solidário: «É uma ‘liga de amigos’ que todos os meses se compromete, mediante uma determinada quantia, a apoiar esse fundo. O objetivo é oferecer uma maior margem de manobra à ação social na qual o Centro Paroquial é o principal interveniente e também apoiar e reforçar o Banco Alimentar quando surgem necessidades pontuais».

«Ser pai e pastor»

Pároco jovem, com menos de trinta anos, e há menos de meio ano como Pároco de Fernão Ferro, o Padre Marco Belchior diz que a sua missão na comunidade «passa, essencialmente, por ser pai e pastor». Numa paróquia geograficamente extensa, com as zonas periféricas em franco crescimento, o sacerdote pretende ser «alguém unificador e que partilhe as angústias e esperanças de todos os habitantes».
«Quero, em grande medida formar humanamente os que me estão confiados, apostar no acompanhamento dos jovens e no aprofundamento da fé dos jovens adultos mediante as propostas diocesanas, como por exemplo a Escola da Fé», conclui o prior.

Anabela Sousa

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13 de Março de 2012