Caro Alfredo,
O Ano da Fé, que estamos a procurar viver a fundo em toda a Igreja teve como pretexto, na mente e no dizer de Bento XVI, os 50 anos do Concílio Ecuménico Vaticano II, que terá começado exatamente no dia 11 de Outubro.
Por toda a parte se programam ações no sentido de não perder esta oportunidade única de enriquecimento de cada um. Tal acontecendo, descobrimo-nos mais identificados com Cristo, membros mais conscientes e comprometidos na Igreja e, por tudo isto, mais luz e fermento no meio deste mundo que foge de Deus.
Sinto uma pena muito grande de ainda não ver em nenhum programa pastoral um estudo dos documentos do Concílio, tendo até em conta que cada um esconde um tesouro.
Lembro-te hoje uma notável “Declaração sobre a Liberdade Religiosa” que canta a liberdade do homem, a partir logo da sua primeira e fundamental expressão, que é a Liberdade Religiosa. Este documento não foi nada pacífico, alegando muitos Padres conciliares que, perante a Verdade não se pode falar de liberdade. O documento acabou por ser aprovado com 2.308 votos a favor, 70 contra e 6 nulos.
Sabes que este tema continua a ser muito controverso no mundo, até com países a condenarem à morte quem se sinta chamado a outra fé e aceite. E até na Igreja há ainda pessoas mal dispostas com esta tomada de posição do Concílio. Meu Deus, meu Deus, que triste história a nossa nos séculos passados.
Esta conversa contigo foi-me sugerida por um artigo ilustrado e muito sugestivo do Notícias Magazine de 14 de Outubro passado, sob o título “Perseguição Religiosa”, passeando-se sobre o que se passa na China (Sabes? – Incrível!) na Coreia do Norte (Sabes? – Incrível!) no Paquistão (Sabes? – recorda só o que aconteceu e continua acontecendo à pequenina Malala) na Nigéria (Sabes? – Incrível!) no Sudão (Sabes? – Incrível!) no Iraque (Sabes? – Incrível!) e em tantos lugares mais.
Afinal, em que mundo estamos?
M.to Ded.º
+ Manuel