comprehensive-camels

Cantinas sociais são positivas mas insuficientes

cantinas-sociais

As cantinas sociais são uma boa ideia mas revelam-se insuficientes no apoio às pessoas mais pobres, sublinham as conclusões de um inquérito que a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) enviou às suas associadas.

Ao questionário, enviado no último trimestre de 2012, responderam 124 entidades, o que de acordo com dados fornecidos pelo Instituto de Segurança Social, corresponde a 21% das organizações com cantina protocolada com os serviços distritais da Segurança Social. A “grande maioria” das instituições “considera a cantina social como uma medida, que responde de forma ágil e muito positiva, a um grupo cada vez maior de pessoas com carências alimentares, minorando o impacto da atual crise económica”, assinala o presidente da CNIS, Pe. Lino Maia. Alguns organismos notam que a medida “fica aquém na satisfação das necessidades globais das famílias, pois é uma resposta conjuntural e deverá ser enquadrada num programa de apoio global às famílias que sofram privações”, aponta o sacerdote. “Muitos dos beneficiários não necessitam apenas de apoio alimentar, mas sobretudo de respostas no sentido de garantir que a sua situação social possa ser alterada e com isso garantir a sua autonomia na satisfação das necessidades básicas, reinserção no mercado de trabalho, melhoria das condições habitacionais, elevação dos seus níveis de autoestima”, acrescenta. A CNIS sustenta que as cantinas sociais devem ser complementadas com estratégias que tenham uma incidência “mais estrutural no seio das famílias”, de forma a promover “a melhoria da sua condição”. As respostas ao inquérito indicam também preocupação pelo facto de as “pessoas/famílias com novas situações de pobreza” poderem não estar a recorrer aos serviços das cantinas, que abrangem sobretudo os “agregados que já estavam referenciados”. “Esta preocupação expressa de responder à ‘pobreza envergonhada’ terá de exigir um esforço de maior articulação entre todos os que, pela sua implantação de proximidade, conhecem a realidade e podem referenciar as situações”, acentua o padre Lino Maia. As instituições receiam ainda “que se esteja a beneficiar, na maioria, as famílias que andam há muitos anos para se reestruturarem, vivendo de apoios”.

Partilhe nas redes sociais!
31 de Janeiro de 2013