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Exposição sobre Carmita Fortuna

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«O sentido de um Ideal» é o tema de uma exposição sobre Carmita Fortuna que foi inaugurada no sábado passado, dia 19 de outubro, na Quinta do Anjo, na presença do Bispo diocesano, D. Gilberto dos Reis. A assinalar os vinte e cinco anos da Paróquia local, os cinquenta anos do Movimento dos Cursilhos de Cristandade na Diocese de Setúbal e o Ano da Fé, a exposição pretende, nas palavras dos organizadores, não deixar morrer a memória de Carmita mas também chamar os jovens e adultos a um projeto de vida com Cristo.

 

Natural de Quinta do Anjo, Carmita Fortuna, viveu a sua vida no serviço aos outros, guiada pelos valores do Evangelho, e tornou-se ‘mãe de família’ adotando seis crianças que tinham sido abandonadas. Faleceu em 1980, com pouco mais de quarenta anos de idade, mas deixou uma marca de santidade em todos quantos a conheceram. Foi assim, olhando para uma vida admirável com a de Carmita, que nasceu o desejo de levar por diante esta exposição, apesar de já terem passado mais de trinta anos desde a sua morte.

«Na diocese falava-se muito em fazer-se alguma coisa sobre a Carmita porque, logo quando ela morreu, o nosso primeiro Bispo, D. Manuel Martins dizia que tinha que se fazer alguma coisa para dar a conhecer a vida de Carmita. Esteve este tempo todo à espera mas esta é que foi a altura de dar a conhecer uma mulher simples que fala pelas obras e que os seus escritos acompanham. O que ela fez, fê-lo com o sentido do Evangelho», explica-nos o Padre Carlos Filipe, prior da Quinta do Anjo.


«Voltar a falar de Ideal»


 
Isabel Fortuna, sobrinha de Carmita, e uma das organizadoras da exposição confidencia: «A Tia Carmita foi para mim muito especial. Como sobrinha não fico imparcial, naturalmente, mas era justo fazer-lhe esta homenagem simples, não deixando que as suas memórias ficassem perdidas nos caixotes, sobretudo numa altura em que há tão poucos valores».

Ao mesmo tempo, Isabel Fortuna disse-nos como considera que esta exposição é também um apelo aos jovens e adultos dos nossos dias: «É importante voltar a falar ideal, em que os jovens voltem a sonhar com o Ideal e os mais velhos confrontem o seu projeto de vida com o Ideal. É um chamar a repensar o sentido das coisas numa altura em que se fala tanto de coisas negativas, fazendo talvez um exame de consciência e percebendo que o Ideal é um projeto de vida em que um sonho a dois, com Cristo, terá sempre um final feliz».


«Uma graça para o mundo inteiro»


D. Gilberto dos Reis, Bispo de Setúbal, que inaugurou a exposição, quis estar presente, não só para «saborear o testemunho da mestra Carmita», mas também para aplaudir a iniciativa. «A Carmita é uma mestre que é testemunha e por isso mesmo estar junto dela, escutá-la, experimentar o que vai no coração dela, é estar junto de um mestre e de uma testemunha deste amor grande de Deus que transforma o coração dos Homens e do mundo», referiu.

E acrescentou: «Dar a conhecer este coração grande da Carmita é um serviço, não apenas à Igreja mas aos homens e mulheres que sonham com um mundo diferente. É dizer-lhes que este caminho que a Carmita seguiu, de viver profundamente este amor, quer ele seja vivido como expressão de alguém que descobriu Deus e n’Ele vive, como expressão de alguém que não descobriu Deus, mas descobriu o Amor, e através dele está também nos braços de Deus, é possível. Aplaudo esta exposição e bendigo a Deus pela Carmita que é uma graça para a Quinta do Anjo, para a família, para a diocese, mas diria, uma graça para o mundo inteiro», afirmou o Prelado.


 

O desejo da canonização


 

Quando questionado pela causa de beatificação e canonização de Carmita Fortuna, o Padre Carlos Filipe diz-nos: «Não podemos mentir que há esse desejo. É bom para a Igreja e é bom para nós. O que o nosso Bispo nos disse sempre é que o passo mais importante é recolhermos testemunhos. E é isso que temos feito, porque ainda há um bom número de pessoas vivas que conheceram a Carmita, direta ou indiretamente. Para já estamos nessa fase». E Isabel Fortuna acrescenta: «E estamos na fase de rezar».

D. Gilberto dos Reis, sublinhando que a «canonização é uma graça de Deus concede quando quiser, a quem quiser e como quiser», disse: «É preciso rezar muito e pedir a Deus que já que nos deu a graça da Carmita, que nos dê um dia a graça de a ver beatificada, porventura canonizada. E para isso é preciso rezar. E rezar muito».

A exposição está aberta ao público até 3 de novembro, na Quinta do Anjo, mas irá percorrer outros locais da diocese, como é desejo da organização e mesmo do Bispo diocesano. «A exposição foi feita e pensada para ser uma coisa móvel, para levar a outros sítios, a outras paróquias, para o Seminário, para a Cúria – disse o Padre Carlos Filipe – o Padre Rui Gouveia, diretor do secretariado diocesano da catequese, por exemplo, pediu que a exposição estivesse presente num encontro da catequese. O objetivo não é ficar para nós, mas que ela seja conhecida».

 

Anabela Sousa

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28 de Outubro de 2013