No passado Domingo, 29 de junho, solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, o Padre Francisco de Jesus Graça comemorou, na Sé de Setúbal, os seus sessenta anos de ordenação sacerdotal. O pároco emérito de Santa Maria da Graça (Sé) e de São Julião afirmou, na ocasião, sentir em si toda a «admirável bondade e misericórdia do Senhor».
Ordenado sacerdote a 29 de junho de 1954 pelo Cardeal Cerejeira, o Padre Graça celebrou, no passado domingo, as bodas de diamante sacerdotais na Sé de Setúbal onde é pároco emérito. Uma celebração simples, mas marcada de emoção por parte do sacerdote. A homília foi marcada por alguns períodos de silêncio quando a voz se embargava.
«Quem acredita não tem uma vida fácil mas é preciso pôr a confiança em Deus, apesar de tudo, como Pedro e Paulo – disse o sacerdote – É preciso uma decisão, mas o Senhor fica sempre do lado dos seus. Isto mesmo posso confirmar hoje, com toda a minha alma, ao completar sessenta anos de sacerdócio. O coração e a fé leva-me a que reconheça as inúmeras graças recebidas».
Natural da Chamusca, e depois de doze anos de seminário, o Padre Graça foi, após a sua ordenação sacerdotal, coadjutor nas paróquias da Lapa, em Lisboa, e do Barreiro. Enquanto prior, passou por paróquias de Alcobaça e, já na Margem Sul, pelas paróquias do Monte da Caparica, Barreiro, e por último Santa Maria da Graça e São Julião.
«Tu sabes que te amo»
Ao longo de todos estes anos, o pároco emérito da Sé diz que só consegue ver, no seu ministério, a bondade e misericórdia do Senhor. «Não vejo mais nada – afirmou emocionado – Gostaria de ter sido mais fiel, mais verdadeiro, mais apostólico e mais santo. Mas quem me julga é o Senhor e hoje, como sempre, ao longo de toda a minha vida, digo: ‘Senhor tu sabes tudo, tu sabes que te amo’».
Dando graças a Deus por todas as pessoas que foi colocando ao longo do seu caminho, o Padre Graça disse ainda: «De entre os que me acompanharam a anunciar o Reino de Deus, conheci santos e muitos já vivem em Deus. Hoje, espero essa hora com confiança».
Com oitenta e três anos de idade, o Padre Francisco de Jesus Graça, diz que, agora, apenas lhe resta continuar com o serviço nas paróquias com a capacidade e disponibilidade possíveis, uma vez que «a idade já não perdoa». Ao terminar, agradeceu ao Padre Rui Rosmaninho, atual pároco da Sé e São Julião, pela sua verdadeira amizade, desde que ali chegou, e ao longo dos últimos nove anos.
Anabela Sousa