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Pastoral de presença, para todos

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No dia 9 de outubro iniciou-se, na vigararia de Almada, no Centro Paroquial da Cova da Piedade, a primeira formação deste ano para voluntários da Pastoral da Saúde. O Padre João Rosa, diretor da Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde de Setúbal foi o formador desta sessão em que se refletiu sobre a parábola do Bom Samaritano.

Apesar da chuva que se fazia sentir, a sala panorâmica da Residência Nossa Senhora da Esperança, do Centro Social e Paroquial Padre Ricardo Gameiro, estava bem composta de voluntários na área da Pastoral da Saúde que eram provenientes do Feijó, Pragal e Cova da Piedade. Começou, assim, a formação vicarial em Almada que se prolongará ao longo do ano.

O Padre João Rosa apresentou a equipa que este ano estará a colaborar com ele e refletiu, com os presentes, sobre as bases da Pastoral da Saúde baseando-se na parábola do Bom Samaritano. Sublinhando que é uma área pastoral em que se faz o anúncio da Boa Nova de forma diferente, disse ainda que a Pastoral da Saúde é das áreas mais recentes na Igreja e que ainda está a ser organizada.

«Há muita coisa por fazer, por descobrir, para corrigir. Há dioceses que ainda não tem coordenadores e as coisas ainda estão instáveis. O Padre Feytor Pinto foi o grande impulsionador da Pastoral da Saúde em Portugal mas o novo diretor nacional, o Padre José Manuel Pereira de Almeida, ainda esta a ‘apalpar terreno’», referiu.

O Padre João Rosa esclareceu ainda em que altura a Igreja começou a sentir necessidade de uma Pastoral da Saúde organizada, com outro olhar: «São João Paulo II é o mentor desta Pastoral da Saúde organizada porque ele viveu na pele o ficar privado da saúde. Sentiu a necessidade de organizar isto e de ajudar na qualidade de vida. Por isso, a Pastoral da Saúde não tem como objetivo apenas o doente mas atua também na área da prevenção e na promoção de uma vida saudável».

Desta forma, o diretor defendeu que «é preciso estar atento e fazer algo» e que os voluntários devem ser formados e preparados para que a sua presença seja eficaz, mesmo com aqueles que não são cristãos.

«Os nossos gestos, ações, silêncio e palavras têm que ser direcionados para todos aqueles que não podem ir à Igreja, mas a Pastoral da Saúde fica não pode ficar circunscrita às pessoas que antes iam à missa e agora não vão porque estão doentes. Há quem nunca tenha ido à missa mas também está doente. E todos têm necessidade da pastoral da Saúde. O anúncio é também para esses e nós somos enviados a todos».

 

Despojamento e humildade são essenciais

 

Com a leitura da parábola do Bom Samaritano, o diretor da Comissão Diocesana disse ainda que a atitude de cada um dos voluntários na área da saúde, ministros da comunhão e não só, tem que ser igual. «Há que ser como o Samaritano e despojar-se, ser humilde e simples para entrar em contacto com as pessoas. Esta é uma pastoral de presença. Não é só para ir levar a comunhão», afirmou.

E acrescentou: «Temos que nos despojar do clericalismo e não podemos ir cheios de normas porque todos têm direito à salvação. Não pode haver preconceitos porque a Pastoral da Saúde atende a todos, independentemente da cor, de gostarem ou não da Igreja. Esta formação servirá também para nos sabermos orientar no meio daqueles que não são do ‘nosso clube’. Muitas vezes, para anunciar Jesus Cristo, não precisamos de falar d’Ele claramente. É a nossa ação que tem que falar».

 

Anabela Sousa

 

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21 de Outubro de 2014