No passado domingo, dia 09 de novembro, realizou-se na Igreja do Pragal a Assembleia Diocesana de Setúbal da LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos), que reuniu militantes e simpatizantes para avaliar as atividades desenvolvidas no ano anterior, delinear o plano de ação para o presente ano pastoral e apontar desafios para o movimento na diocese.
Helena Cordeiro é militante da LOC/MTC da Quinta do Conde e esteve presente nesta assembleia geral diocesana. Ao Notícias de Setúbal disse que, entre outros temas de organização interna tratados ao longo da manhã, foram apontados «desafios importantes» para o movimento na Diocese de Setúbal.
«A continuidade do trabalho de expansão do movimento e iniciação de novos Grupos de Base para uma melhor e mais abrangente intervenção evangelizadora», diz Helena, é um dos principais objetivos uma vez que atualmente apenas existe dinamização da Pastoral Operária nas paróquias do Montijo, Lavradio, Pinhal Novo, Quinta do Conde e Pragal.
Da parte da tarde, o tempo foi de reflexão, contando com a colaboração do pároco do Pragal, Padre Horário Noronha que, através Exortação Apostólica do Papa Francisco ‘A Alegria do Evangelho’, desafiou os presentes a serem missionários de uma sociedade mais justa.
«Com a sua reflexão, o Padre Horácio desinstalou-nos dos nossos medos e do nosso conforto para nos colocar como missionários e profetas de uma sociedade justa e sustentável, respeitadora da dignidade da pessoa humana e da partilha do bem comum, onde o direito ao trabalho, a opção pelos mais pobres assume particular importância no compromisso cristão», afirmou Helena Cordeiro.
Para além dos membros dos Grupos de Base da Paróquia do Montijo, Lavradio, Pinhal Novo e Quinta do Conde, participaram nesta assembleia diocesana, a vice-coordenadora Nacional da LOC/MTC, Glória Fonseca e o assistente nacional, Padre Manuel Simões, bem como o assistente diocesano, Padre Manuel Soares.
Evangelização no meio dos trabalhadores
Numa altura em que o mundo do trabalho mudou e o operariado já não tem impacto significativo, nomeadamente na diocese de Setúbal, a LOC/MTC diz que continua a ter o seu papel no meio dos trabalhadores, sejam eles operários ou não, sobretudo no que se refere à evangelização, através do testemunho da novidade cristã no seio dos trabalhadores, com as suas organizações e no respeito pela sua autonomia.
Por outro lado, considera Helena Cordeiro, no quadro atual em que se se assiste «a uma forte e preocupante desvalorização do valor quantitativo e qualitativo do trabalho» a LOC/MTC está mais atenta à sua importância para a realização humana, para o bem-estar das pessoas e para a coesão e paz social.
E acrescenta: «O trabalho é um aspeto estruturante da sociedade onde o trabalhador se cruza com as relações familiares, a cultura, a educação, a saúde, a justiça, os direitos e deveres cívicos, sociais e políticos. Esta transversalidade das relações laborais, a que se junta o flagelo do desemprego, traz os trabalhadores para fora da ‘fábrica’ e isso determina que a ação da LOC/MTC, se realiza na atualidade, dentro e fora dos locais de trabalho, ou seja, onde e sempre for necessário e possível caminhar lado a lado com os trabalhadores, sobretudo com aqueles que sofrem porque se lhe nega o direito a um trabalho e a uma vida digna».