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Primeiro-Ministro inaugurou novo equipamento

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Na presença do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, do Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, e do Presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, o Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro inaugurou, no passado dia 25 de janeiro, festa da conversão de São Paulo, mais um novo equipamento: a residência sénior – Casa de São Paulo.

A inauguração e bênção da Casa de São Paulo, num dia marcante para o Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro, foi também testemunhada pela comunidade local e por diversos amigos, parceiros e beneméritos. Entre eles, D. Manuel Martins, Bispo emérito de Setúbal, e a comunidade muçulmana, representada por Zainul Mahomed e Altaf Sidik, respetivamente vogal e adjunto do Presidente da Comunidade Islâmica Sul do Tejo, da Mesquita do Laranjeiro, foram presenças que não passaram despercebidas.

Após o descerrar da placa inaugural, Pedro Passos Coelho, acompanhado do Bispo de Setúbal, do Presidente da Câmara Municipal de Almada, e do Presidente da instituição, Padre José Pinheiro, visitou as instalações e não ficou indiferente à qualidade e beleza apresentada: «Quero saudar os que conceberam esta obra – disse na ocasião – Apesar de ter nascido em tempo recorde, isso não impediu que ela tivesse a qualidade que todos podem observar».

 

Um equilíbrio com preço

 

Nas palavras que dirigiu aos presentes na sessão solene de inauguração, Passos Coelho disse que um Centro Social Paroquial desenvolve uma função relevante para os seus utentes pois satisfaz as necessidades do presente, mas que se não for gerido de forma adequada poderá pôr em risco os que no futuro precisarão dos seus cuidados, sendo necessário que cada instituição procure garantir a sua sustentabilidade.

«Não é materialmente possível satisfazer todas as necessidades mas é possível hierarquizar os nossos recursos, as nossas atenções, para responder àquilo que é mais importante. E há sempre uma tensão muito grande entre providenciar o futuro e resolver aquilo que é mais emergente, mais imediato, mais contingente no dia-a-dia», assinalou o Primeiro-Ministro.

No entanto, Pedro Passos Coelho ressalvou que a tentativa deste equilíbrio não se faz sem pagar um certo preço: «O preço de alguns excessos, de muitas imprudências que custaram a infelicidade de muitas pessoas e que, ainda hoje, sobretudo quando olhamos para o desemprego de longa duração e para o desemprego jovem, nos custa muito, não apenas aos que são diretamente visados por essas circunstâncias, mas também por todos aqueles que têm obrigações de encontrar respostas e que nem sempre conseguem encontrá-las à velocidade que gostariam. Pagou-se, portanto, um preço muito elevado».

 

Olhar atento, profissional e dedicado

 

O Primeiro-Ministro disse ainda que as instituições da área social são «únicas» na medida em que atraem, não apenas um profissionalismo muito grande, mas têm também um corpo de voluntariado, revelando-se importantíssimas para a economia local.

«Pelo emprego que geram, pela atividade económica que suscitam, estas instituições representam, no nosso país, uma realidade económica e social, insubstituível. Durante os tempos de maior crise económica, elas foram um amortecedor socioeconómico extremamente relevante e hoje que estamos a recuperar lentamente desse processo, elas são também uma mola impulsionadora do crescimento da nossa comunidade, no sentido mais local do termo», afirmou.

Passos Coelho deixou ainda uma nota final de reconhecimento aos trabalhadores e colaboradores do Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro, sublinhando a necessidade de um olhar atento, profissional e dedicado para com os idosos que ali vão residir. «Sei que a vossa intervenção aqui é aquela que fará toda a diferença no dia-a-dia. Sabendo que temos infraestrutura boa, de qualidade, falta tudo o mais, que é tão ou mais importante do que isto. Mas sei que isso está bem presente. Se não estivesse, tudo não teria sido feito até hoje, com o carinho que todos puderam ver, com o cuidado em todo o detalhe que nos foi revelado».

 

O Amor de Jesus à maneira de São Paulo

 

O Bispo de Setúbal, D. Gilberto dos Reis, tanto na cerimónia de bênção da casa, como nas palavras que dirigiu na sessão solene de inauguração, destacou a importância do amor e da caridade à maneira do apóstolo São Paulo.

«Queria pôr em destaque algo que não se vê, mas que se sente, e que é a fonte, o motor desta casa, de toda a imaginação, de todo o esforço, de toda a beleza, de toda a qualidade: o Amor. São Paulo vem-nos dizer que se tivermos tudo e faltar o Amor, está tudo falhado. Que o Amor esteja sempre presente, porque este lar só será o lar que sonhamos se cada pessoa que aqui estiver se sentir profundamente amada».

D. Gilberto destacou ainda que um Centro Social Paroquial só avança com uma obra assim porque a maneira de ser de Jesus provoca o cristão e a comunidade cristã: «É impressionante ver como Jesus vai ao encontro dos pobres, de todos, mesmo criando mau nome, ficando em situações péssimas. Vós sabeis da história e da vida de Jesus. Quem está com Jesus numa comunidade não pode deixar de ir ao encontro dos pobres».

 

Servir a comunidade

 

Ainda que esta Casa de São Paulo tenha sido construída sem qualquer apoio estatal, o Padre José Pinheiro, presidente da Instituição garante que quer continuar a dar uma resposta social, esperando, por isso, por parcerias com o Estado «Apesar de não termos tido financiamento público nesta obra, não queremos ser uma resposta privada, queremos continuar a ser uma resposta social sustentável. Queremos continuar a servir a comunidade junto dos mais desfavorecidos oferecendo-lhes o melhor que temos, ou seja, a nossa casa, numa zona central e bonita da cidade de Almada, bem servida de transportes públicos e junto ao Parque da Paz».

«Para que este novo equipamento esteja acessível a mais pessoas – continuou o prior da Cova da Piedade – precisamos e contamos com a continuidade e o aprofundamento das parcerias com o Estado. Pela nossa parte, garantimos a elevada qualidade das nossas respostas sociais que passam pela promoção da dignidade de cada pessoa, qualquer que seja a fase da sua vida, da sua origem social, cultural, religiosa ou política. Temos consciência que o nosso conhecimento da realidade social desta comunidade nos garante uma maior eficácia e eficiência na promoção social junto das populações mais carenciadas e, por isso, constituímos uma mais-valia para um Estado que se quer social».

 

A família no centro da Casa

 

O Presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, destacando também a beleza e qualidade da Casa de São Paulo, referiu que as famílias são o centro deste projeto e que o importante é chegar ao coração das pessoas. «Esta casa é o complemento daquilo que cabe à família fazer e que, por razões do nosso desenvolvimento, é obrigatório que a sociedade assuma. Mas aqui não há delegação de competências. A família tem sempre a competência», afirmou.

«Aos poderes públicos – disse ainda – cabe a responsabilidade maior de assegurar às famílias a condição de e serem espaço de amor e de conforto, por todas as condições – afirmou – Nós, autarquia e município, não estamos isentos de erros e insuficiências, mas com a vossa ajuda, podem contar connosco, para que este espaço seja um espaço de amor e espaço da família. Que aqui se sintam como em sua casa».

 

Anabela Sousa

 

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02 de Fevereiro de 2015