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Vida e missão centrada na Eucaristia

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As Escravas do Sagrado Coração de Jesus estão presentes na diocese de Setúbal há trinta anos. Iniciaram com uma comunidade de cinco Irmãs, em Palmela. Hoje, para além da Casa de Oração de Santa Rafaela Maria, têm também uma comunidade na Fonte da Prata, e colaboram nos mais diversos serviços pastorais. A Irmã Marina Santos, responsável pela comunidade de Palmela, conta-nos como se distribuem as catorze Escravas que residem na diocese.

«A Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus nasceu em finais do século XIX, em Espanha. O desejo da fundadora, Santa Rafaela Maria, era o de criar uma família religiosa, com uma missão particular na Igreja: reparar o Coração de Jesus, com uma vida centrada na Eucaristia, através da sua celebração e adoração», explica a Irmã Marina Santos.

Desta forma, o serviço das Escrevas do Sagrado Coração de Jesus expressa-se na educação evangelizadora, em colégios, paróquias, escolas e bairros, em residências universitárias e em casas de oração. De acordo com a Irmã Marina, a fundadora da congregação, Santa Rafaela Maria, quis, desde início do Instituto, proporcionar espaços onde as pessoas pudessem fazer os Exercícios Espirituais de Santo Inácio ou alguns dias de retiro.

Em Portugal, a oportunidade de abrir uma Casa de Oração surgiu em 1982, ao encontrarem um terreno em Palmela, bem como o apoio do Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. É assim que, em Setembro de 1984, uma Comunidade composta por cinco Irmãs, vem viver para uma casa já existente na Quinta de Santo António. Ali viveram enquanto se construía a atual Casa de Oração.

 

A Casa de Oração em Palmela

 

«Naquela altura, o trabalho pastoral era muito variado – conta a Irmã Marina – as Irmãs colaboravam nas paróquias de Palmela, Moita e Alhos Vedros dando aulas de Educação Moral e Religiosa Católica, catequeses, formação a catequistas, fazendo celebrações da Palavra, orientando dias de retiro e acompanhando vários grupos».

Entretanto, em Junho de 1989 inaugura-se a atual Casa de Oração de Santa Rafaela Maria e a principal ação passou a ser a organização e dinamização das diferentes atividades da Casa de Oração, e também dos serviços necessários ao seu funcionamento, mantendo-se todo o trabalho de colaboração com as paróquias vizinhas.

«Desde o princípio – destaca – que se tenta oferecer, não só as instalações para os diferentes grupos e movimentos que as solicitam, como também atividades organizadas e orientadas pelas Irmãs Escravas ou por outras pessoas convidadas».

É assim que, na Casa de Oração, proporcionam: Exercícios Espirituais; dias de retiro; encontros de crescimento pessoal, autoconhecimento e relações humanas; encontros de formação; catequese de adultos; preparação para os Sacramentos; vivência do Tríduo Pascal com jovens; acompanhamento pessoal; e outras atividades que favorecem o encontro consigo próprio e com Deus.

 

Apoio às paróquias onde estão inseridas

 

Para além da pastoral da Casa de Oração, as Escravas de Palmela colaboram com as Paróquias onde estão inseridas (Palmela e da Quinta do Anjo/Cabanas), quer na catequese de adultos quer em momentos de oração e adoração, ou até mesmo noutras propostas que sejam feitas.

Também na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição (Setúbal) há uma colaboração no apoio ao estudo às crianças do Bairro da Belavista, em visitas a pessoas sozinhas ou doentes, em atividades com crianças ao fim de semana e no Verão. «Tudo isto – sublinha a Irmã Marina – só é possível com o apoio de um grupo de voluntários».

As Escravas cooperam ainda com a Caritas de Setúbal, nomeadamente no Centro Social São Francisco Xavier e com o Colégio Diocesano Sebastião da Gama, dando aulas de Religião e Moral. Nos últimos anos, a Casa de Palmela é também a Casa de Noviciado da Província. Atualmente residem dez Irmãs nesta comunidade: quatro professas, cinco noviças e uma postulante.

 

O serviço aos mais pobres na Fonte da Prata

 

«Como resposta ao chamamento de uma opção preferencial pelos mais pobres, em 1991 a Província de Portugal decidiu fundar uma comunidade de inserção», conta a responsável da Casa de Palmela. É assim que, em Setembro de 1992 se inaugura a Casa da Quinta da Fonte da Prata, em Alhos vedros (Moita).

«A razão principal que levou as Irmãs a optarem por este bairro foi o desejo de dar continuidade ao trabalho que lá se realizava, havia alguns anos, a partir da casa de Palmela. As Irmãs davam aulas de religião e moral na escola primária, orientavam celebrações da Palavra e organizavam atividades com as crianças, em colaboração com grupos de voluntariado de jovens», sublinha.

Assim, com esta Casa, continuando a trabalhar com a população do bairro, o facto de lá viverem facilita a proximidade e identificação com quem lá vive. Neste momento, residem na comunidade da Fonte da Prata três irmãs e uma postulante e a sua missão contempla as dimensões da pastoral e evangelização, da educação informal; da ação social e apoio à família; e do apoio a imigrantes.

 

Com apoio dos voluntários

 

A nível da evangelização, as Irmãs dinamizam a catequese de Infância e da Juventude do bairro e orientam grupos de catequese de adultos. No âmbito da educação informal, em Julho de 2004, a Congregação candidatou-se ao Programa Escolhas 2ª Geração com um projeto de prevenção do abandono escolar, o Projeto «TASSE».

«Ao longo dos últimos dez anos – destaca a consagrada – o ‘TASSE’ tem crescido, não só em número de participantes como também na resposta aos desafios que foram surgindo, contando com o trabalho cada vez mais aprofundado da Congregação, da equipa técnica e dos voluntários que com este colaboram».

Atualmente, este projeto desenvolve-se para concretizar três grandes objetivos nas freguesias da Moita e de Alhos Vedros: promover a inclusão escolar de crianças e jovens entre os sete e os dezoito anos; promover a inserção na vida ativa de jovens entre os dezasseis e os vinte e quatro anos; e promover o empreendedorismo e a participação ativa em jovens entre os dezasseis e os vinte e quatro anos. A Irmã que trabalha neste Centro participa também na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).

 

Trabalho em rede

 

No que se refere ao apoio social, a Comunidade da Fonte da Prata tem também um Programa de Apoio às Famílias (PAF) que contempla a distribuição de roupa e alimentos, a organização dos processos e respetivas inscrições na Segurança Social e acompanhamento das pessoas na resolução dos seus problemas. No âmbito do apoio ao emprego, existe um Grupo de Entreajuda na Procura de Emprego com o objetivo de dinamizar técnicas de procura de emprego.

Já na área da imigração, explica ainda a Irmã Marina «trabalha-se a questão da legalização, nacionalização e todas as situações relacionadas com a regularização e renovação de documentos e respetivas autorizações, existindo também existem três gabinetes de apoio especializado: apoio social, apoio ao emprego e apoio psicológico, destinados aos Nacionais de Países Terceiros». Para facilitar o acolhimento e a integração dos imigrantes, são ainda dinamizadas algumas atividades interculturais.

«Devo referir – diz a Irmã Marina – que todo o trabalho realizado na Fonte da Prata é feito em parceria com muitas outras instituições, o que nos leva à realização do nosso trabalhar em rede. Há uns anos foi criada a Fundação Santa Rafaela Maria, que assumiu a obra social da Congregação na Fonte da Prata (TASSE, CLAII, PAF, Campos de Férias e Voluntariado) passando a ser a sua Entidade Promotora».

 

O dia-a-dia de uma irmã Escrava

 

O dia-a-dia de uma Escrava do Sagrado Coração de Jesus depende, muito, do trabalho que realiza. No entanto, a congregação caracteriza-se por pôr no coração da sua vida e missão, a celebração eucarística, e por prolongar a celebração na exposição do Santíssimo.

Cada Escrava dedica ainda uma hora à oração pessoal e outra hora à Adoração do Santíssimo. Em comunidade, rezam Laudes e Vésperas, sendo que o resto do dia é ocupado pelas várias atividades e missões confiadas a cada Irmã.

 

Anabela Sousa

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17 de Fevereiro de 2015