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Expressão viva do Amor de Deus

Aliança de Misericórdia (3)

A comunidade Aliança de Misericórdia está presente na Diocese de Setúbal há dois anos. Atualmente a residir na Quinta do Álamo (Seixal), dedicam-se aos mais diversos trabalhos pastorais, de acordo com o seu carisma que, dizem, «brota do coração misericordioso de Jesus», indo «ao encontro do coração de cada pobre, materialmente ou espiritualmente». Fala-nos, esta semana, o recém-ordenado diácono Luiz Carlos, membro desta comunidade.

«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». É nesta passagem do Evangelho de Lucas que o Movimento Aliança de Misericórdia encontra a sua identidade.

Atualmente presente em seis países (Brasil, Itália, Polónia, Bélgica, Venezuela e Portugal) chegou à Diocese de Setúbal em Julho de 2013. Para além da casa da Quinta do Álamo, no Seixal, têm ainda duas outras casas: em Lisboa e na Guarda.

Na «Casa de Missão» da Quinta do Álamo acontecem, conta-nos o jovem diácono, diversas atividades de evangelização, tais como retiros para jovens (intitulado Thalita Kum) assembleias de oração, atendimento espiritual e confissão, e ainda assistência a pessoas mais carenciadas. No entanto, o trabalho estende-se além da Quinta.

«A comunidade desenvolve missões de evangelização nas ruas, indo ao encontro das pessoas que se encontram em situações de carência, bem como no anúncio no meio de jovens que por vezes estão envolvidos na triste realidade da droga», explica Luiz Carlos.

 

Evangelizar para transformar

 

A missão do Movimento Aliança de Misericórdia é ser uma expressão viva do amor misericordioso que brota do coração de Deus através da sua Igreja, para com os mais pobres materialmente e espiritualmente. Sintetizado no lema «Evangelizar para Transformar», os membros do movimento procuram que cada pessoa se torne agente e testemunho da misericórdia de Deus.

«É através de uma rede de amigos e colaboradores do nosso movimento que a mensagem da Misericórdia de Deus está a ser proclamada em Portugal», afirma o recém-ordenado diácono desta comunidade. A Aliança de Misericórdia acolhe homens e mulheres, celibatários e casados, leigos e clérigos que, de várias formas e níveis, chamados por Deus, se tornam ‘filhos da Misericórdia’ para evangelizar.

Neste âmbito, fazem missão ‘Ad Gentes’, ou seja, fora do seu país de origem, estão presentes junto dos mais marginalizados, dos jovens, dos pobres, e até em áreas culturais ou mesmo na comunicação, política e economia. «Toda a atividade apostólica pretende sempre animar as comunidades cristãs – diz-nos ainda – para que assumam a própria missão, fazendo de cada batizado um missionário».

 

O dia-a-dia da comunidade

 

Conjugando a Evangelização e a Caridade como duas faces de uma só medalha, de entre as muitas atividades que tem a comunidade da Aliança de Misericórdia, o Diácono Luiz Carlos sublinha, na Diocese de Setúbal, o atendimento de terça-feira a Domingo, a adoração ao Santíssimo Sacramento todas as quintas-feiras, bem como as confissões e a Eucaristia. À sexta-feira é dia de evangelização pelas ruas e ao sábado para além da Eucaristia, há estudo bíblico.

Em todas as primeiras sextas-feiras do mês, pelas 20h30, a comunidade faz uma vigília de adoração ao Santíssimo Sacramento e evangelização noturna na Paróquia da Arrentela. Ao primeiro Domingo do mês o dia é dedicado à Oração (chamada Escola de Jesus). Ao longo de toda a semana, fazem ainda visitas aos doentes, a famílias e estão disponíveis para quem precisar.

 

Atenção ao Cristo que sofre no coração de cada um

 

No Ano da Vida Consagrada e quando tanta se fala em crise de vocações, Luiz Carlos, ordenado diácono no passado domingo, diz que esta é uma ocasião para despertar vocações. «Devemo-nos questionar, como Igreja, sobre a forma como estamos a viver aquilo que Nosso Senhor nos pediu, ‘Ide por todo o mundo e Proclamai o Evangelho’. Se nos deparamos com uma crise vocacional, não podemos simplesmente ficar nas lamentações, e como sempre nos diz o Papa Francisco, é preciso sair das sacristias, devemos ser uma Igreja em Saída», afirma.

E acrescenta: «as vocações existem mas precisam que alguém as desperte. Acredito que uma crise vocacional é antes uma crise de identidade, ou seja, uma vocação nasce de uma experiência pessoal com Jesus Cristo. Hoje, nós somos a voz de Deus para o mundo, e quando por vezes, enquanto Igreja, deixamos de estar com as pessoas, quando deixamos de testemunhar aquilo que vivemos, esquecemos quem somos, e logo não conseguimos estar atentos ao Cristo que sofre no coração de cada pessoa, e as vocações não encontram espaço para se desenvolverem».

 

Os frutos de dois anos de missão

 

Já com dois anos de missão na Diocese de Setúbal, a comunidade começa, agora, a ver os frutos do que têm vindo a semear: «Com a graça de Deus, e em particular na nossa querida Diocese de Setúbal, vamos aos poucos colhendo os frutos destes quase dois anos de missão nesta Igreja local, seja na participação ativa e diária das pessoas da região que começam agora a conhecer os missionários, seja no relacionamento com os irmãos Padres e com nosso Pastor D. Gilberto».

E conclui: «Queremos, como Igreja de Setúbal, seguir em frente, mesmo no meio das dificuldades que nos são apresentadas, porque, maior do que a indiferença do mundo é o Amor e a Misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo».

Confiantes no Espírito Santo, este movimento reconhece e adora o Espírito Santo como principal protagonista de um Novo Pentecostes de Misericórdia e procura viver pautando-se nas dimensões carismática e evangelizadora. Reconhece também em Maria, Imaculada do Espírito Santo, a sua verdadeira ‘fundadora’.

 

Anabela Sousa

 

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27 de Abril de 2015