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Visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima à Diocese de Setúbal

Ordenação D. Jose e Imagem peregrina 627

A Diocese de Setúbal acolhe desde 25 de Outubro até ao dia 8 de Novembro a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Foi rodeada de manifestações de grande alegria que a imagem entrou na diocese no mesmo dia da Ordenação de D. José Ornelas, vinda da diocese, Portalegre/Castelo Branco, e desde essa data tem vindo a percorrer as paróquias da região.

Durante estes dias o Notícias de Setúbal está a acompanhar de perto a passagem da imagem peregrina por toda a Diocese. Para dar início à preparação do centenário das Aparições da Virgem Maria aos Pastorinhos o Santuário propôs a visita da imagem peregrina a todas as dioceses portuguesas.

Logo na Ordenação Episcopal do terceiro prelado da diocese os presentes puderam ter já o primeiro contacto com a imagem. Uma «pickup» branca, com uma protecção em vidro na parte de trás, acomoda a Senhora, como se fosse um andor sobre rodas. D. Gilberto dos Reis, Bispo Emérito de Setúbal, recebeu a imagem momentos antes da cerimónia de ordenação do novo prelado. «Esta visita é o prolongamento da visita de 1917, quando veio trazer uma mensagem de salvação», disse na ocasião. Para D. Gilberto dos Reis, os setubalenses são previlegiados «por acolhermos hoje a imagem num dos momentos mais marcantes da diocese». No final deste acolhimento, recitou-se a oração preparada para estes dias. Membros dos Arautos do Evangelho transportaram a imagem desde o largo até dentro da Sé, onde permaneceu até ao final da ordenação do novo bispo sadino.

 

Paróquia de São Pedro da Marateca

 

Saído do largo da Sé, em Setúbal, o carro que transporta a imagem encaminhou-se até aos limites da cidade. Nesse local, e seguidos pelo pároco da Marateca, Pe. Geraldo Kalemesa, meia dúzia de carros prosseguiu até Águas de Moura. Eram 20.30h quando oficialmente começou a peregrinação pelas paróquias da diocese. Na Igreja de São Pedro muitos foram os fiéis que aguardavam a imagem. Bastante pesada, esta teve a primeira «dificuldade» ao entrar numa porta estreita.

Seis homens é o número necessário para a transportar, e com jeito e perícia entrou para gaudio do povo. Momentos antes, o sacerdote responsável descerrou uma placa comemorativa que marca a passagem da Virgem Peregrina pela localidade. Dentro do templo foram as crianças que coordenaram o terço, havendo momentos de silêncio orantes.

Depois de nova «ginástica» para a saída da imagem, e com um tempo chuvoso, a procissão autómovel seguiu até aos Bombeiros Voluntários de Águas de Moura. Com muita gente dentro dos carros a assistir, os Soldados da Paz saudaram a imagem em formatura ouvindo algumas palavra do prior. «Esta casa é de grande prioridade para toda a população», disse, relembrando que receber a imagem naquele dia lembra-nos que se deve rezar sempre pelos bombeiros por todo o trabalho e esforço que fazem no quotidiano dia a dia. «Nos momentos difíceis que a Senhora vós ajude», pediu.

Pelas ruas da localidade, as buzinas marcavam agora o ritmo, fazendo com que os curiosos se abeirassem da estrada saudando a imagem, que passou ainda por uma creche, onde funcionários e algumas crianças esperaram para rezar. «Ao abençoar este local queremos abençoar todas as crianças da aldeia», disse o Pe Geraldo. Ainda na paróquia da Marateca, a comunidade do Poceirão foi a seguinte a receber a visita. O templo estava repleto e foram muitas as pessoas que se quiseram manifestar vestindo trajes tipicos da região, numa passagem demasiado rápida talvez – queixavam-se – a que o programa e o adiantar da hora obrigaram. «Aproveitem bem estes minutos de oração com a imagem presente pois pode valer mais do que às vezes por muitas horas», referiu o sacerdote, sublinhando que «é pouco tempo mas é sentido».

 

Pegões Velhos, Pegões-Cruzamento e Canha

 

Depois de alguns quilometros, com as chuvas em tréguas, chega-se à Igreja de Santo Isidro, em Pegões Velhos. A imagem peregrina é recebida por três crianças vestidas como os pastorinhos. O Pe Zeferino Sakapepa, pároco das paróquias de Pegões Velhos, Pegões-Cruzamento e Canha, acolheu com a sua comunidade na igreja a imagem. Fazendo uma meditação do Evangelho da Anunciação o sacerdote referiu que «Maria hoje vem visitar a nossa terra». «Recebemos com esperança, amor e alegria a Mãe de Deus», disse.

Com o tempo a passar, a comitiva continou até à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Pegões-Cruzamento. Recebida com cânticos marianos, os voluntários que ajudaram no transporte mais uma vez tiveram tiveram que ter imensa perícia em colocar a imagem dentro, pois a porta é baixa de mais para tão grande andor. Ali dentro os fiéis rezaram em silêncio e ajoelharam pedindo a intercessão de Nossa Senhora. No final despediram-se com muita alegria.

Canha, a paróquia mais longínqua da diocese, acolheu a imagem eram 1.30h. Apesar de ser madrugada alta, os sinos ecoaram por toda a localidade, dando sinal que a imagem tinha chegado. O grupo de jovens iníciou a vigília de oração que durou toda a noite.

 

Santuário da Atalaia

 

Dia 26 de Outubro, segundo dia de peregrinação pela Diocese. Pelas 7.30h a imagem chega ao território do Santuário, recebida pelo reitor e Pároco, Pe Miguel d’Aguiar. Percoram-se algumas artérias da localidade até ao santuário mariano, com os sinos a tocar e o Avé de Fátima cantado pelos presentes. Como era de esperar, o templo foi pequeno para receber todos aqueles que participaram na Eucarístia. No final as crianças do Centro Paroquial da Atalaia aproximaram-se do veículo da imagem atirando flores. O Pároco, num carro, marcou o ritmo da procissão passando por várias ruas onde a população ia venerando a imagem, levando-a até à fronteira com a paróquia de Alcochete, onde a aguardava o seu prior, Pe Ramiro Ferreira.

 

Alcochete

 

Foi com sol brilhante que a imagem chegou a Alcochete. Muitas foram as pessoas que ao ir para os seus afazeres se deparam com a imagem, e dentro dos veiculos se benziam. Chegada à Igreja de São João Baptista, a multidão que aguardava aproximou-se. E o templo ficou cheio. Uma constante: a quantidade de fotos com smartphones e tablets, acompanhadas de uma mão-cheia de pétalas. A Oração do Angelus e a Missa marcaram a passagem da imagem pela paróquia. De seguida encaminharam-se lentamente pelas ruas da vila para o Lar da Misericórdia, onde os utentes, na rua ou nas janelas, acolheram emocionadamente a visitante. A comunidade de São Francisco foi o local de passagem para a paróquia do Samouco.

 

Samouco

 

Com passagem pela Base Área nº6, na diocese do Ordinariato Castrense, a procissão chega ao largo da Igreja do Samouco por entre uma «chuva» de flores. O Pe Jorge Almeida, pároco do Samouco, agradeceu a presença de todos, uma presença tão expressiva que a imagem teve de ser acolhida no adro da igreja. O sacerdote lembrou a «Mensagem de Paz, solidariedade e Esperança» que a imagem evoca, sublinhando que diante o coração da Mãe até o silêncio fala alto. Entre os presentes estiveram várias autoridades civis, destancando-se o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Luís Franco, que acompanhou a procissão até ao limite da paróquia do Montijo, entregando ele também a imagem ao seu homólogo vizinho, Nuno Canta.

 

Montijo

 

Parecendo um tratado de paz, foi em cima da fronteira das duas paróquias que Samouco e Montijo fizeram a troca da imagem. Sacerdotes, autarcas e demais fiéis sudaram-se diante da imagem, seguindo depois para as primeiras ruas da cidade, onde cada casa se preparou para receber a visita. Colchas, velas, imagens da peregrina, fotos de familiares, muitas foram as formas de acolher.

Depois de passar por um Lar de idosos e por dois estabelecimentos de ensino, foi no Estabelecimento Prisional do Montijo a paragem seguinte. Para guardas prisionais e reclusos este foi um dia diferente dos outros: um a um os detidos aproximaram-se da imagem e cada um na sua forma «abraçou», venerou e acolheu a presença da Mãe.

E foi bem no centro da cidade do Montijo que a manifestação de fé foi enorme. Escolas públicas, Lares, famílias nas varandas apareceram em massa para acolher a imagem. Cânticos, orações, muitas flores e tudo com grande devoção marcaram as três horas de viagem. No Hospital do Montijo, a imagem foi acolhida pelo Pe João Luís Ferreira, Capelão da unidade hospitalar, que deu o mote para um cântico a Maria.

Já ao anoitecer, e depois de um dia de sol, a chuva caíu em dilúvio, mas a peregrinação continua. No Lar da Misericórdia do Montijo, o Capelão, Pe. António Estevão, entusiasmava à chuva os utentes a baterem palmas à Senhora. O cortejo pelas ruas da cidade terminou na Igreja Matriz do Montijo com a celebração da Eucaristia. Depois do jantar, a comunidade realizou uma procissão com cerca de duas horas, com passagem pelos Bombeiros Voluntários, passando a imagem em seguida para a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, ficando a Imagem na igreja dos Pastorinhos, no Bairro do Areias.

 

Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Afonsoeiro)

 

O terceiro dia, 27 de Outubro, começa com a vigília noturna na Igreja dos Pastorinhos. De manhã, parte para a Igreja do Afonsoeiro, passando por algumas artrias da localidade. E é ali que o Pe Leonel Francisco, pároco, presidiu à Eucaristia. «Neste dia é Fátima que veio ter connosco», referiu, agradecendo a todos os presentes que encheram o templo e que a vieram acolher. O sacerdote destaca que a imagem peregrina veio à paróquia para chamar aqueles que estão mais desviados, os que não vêm à Missa. «Existem muitas representações de Maria mas não tão simples como esta, que nos transmite ternura através da doçura da expressão», sublinhou. Finda a Missa a procissão seguiu até à rotunda da Lançada, sendo entregue a imagem ao Pe. Miguel d’Aguiar, também pároco de Sarilhos Grandes.

 

Paróquia de Sarilhos Grandes

 

Lentamente o «andor sobre rodas» peregrinou pelas ruas de Sarilhos Grandes. À passagem por uma escola primária, sem qualquer programação, as crianças ao verem o aparato aproximaram-se fazendo com que o sacerdote saísse do carro e explicasse de que imagem se tratava. Em Sarilhos Grandes, a imagem peregrina ficou no Largo do Coreto e aí foi recitado o terço. Como é um local central da localidade, todos os presentes, mesmo os sentados na esplanada do café, marcaram respeito e acompanharam o terço. No final o sacerdote lembrou que a presença da imagem ajuda a todos na busca da conversão. A procissão percorreu ainda o Alto Estanqueiro e a Jardia, local onde se passou o testemunho para a paróquia do Pinhal Novo.

 

Paróquia do Pinhal Novo

 

O Quartel dos Bombeiros Voluntário do Pinhal Novo foi o primeiro local de paragem da Virgem peregrina. O Pe Manuel Ramalho, pároco, referiu que aquele local foi escolhido por ser a casa dos Soldados da Paz. «Hoje a imagem veio como peregrina até vós também», disse, acrescentando a alegria de estar ali. Depois da breve passagem, a comitiva seguiu para a comunidade de Rio Frio, onde à espera tinha alguns fiéis que entoavam cânticos marianos. Naquele local rezou-se uma dezena. De volta à Igreja Matriz do Pinhal Novo, algo que ninguèm contava foi a quantidade de pessoas que foram assistir ao terço e participar na Missa. Nesse sentido, a imagem teve de ficar fora para que todos pudessem ver melhor. Nesta localidade muitos utentes de lares e creches foram ao encontro da imagem no templo, fazendo com que o adro da Igreja se transformasse num pequeno «Santuário Mariano». Uma das regras é não tocar e não mandar nada directamente para a imagem para não danificar. Sobre este tema o sacerdote lembrou: «Não é preciso tocar a Senhora pois Ela toca-se de coração a coração».

 

Paróquia de Palmela

 

A passagem para a paróquia de Palmela já foi realizada de noite. O Pe Manuel Ramalho entregou a imagem com um forte abraço ao pároco de Palmela, Pe Luís Martins, que agradeceu, esperando que a passagem seja de enriquecimento para a comunidade. Depois de ums procissão pelas ruas da localidade, a imagem chegou ao Largo de São João. Nesse local uma multidão aguardava, acompanhando de seguida a imagem peregrina até ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Palmela, onde se celebrou a Eucarístia. Uma procissão de velas e a pernoita no quartel marcou a peregrinação em Palmela.

 

Bruno Máximo Leite

 

 

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09 de Novembro de 2015