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A preocupação com a mobilidade humana

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Na Paróquia da Amora, o grupo de Leigos Scalabrinianos é composto por cerca de quinze elementos entre os 23 e os 40 anos. Após o longo percurso como jovens na comunidade, quiserem continuar comprometidos. Cláudia Espírito Santo, responsável do grupo, explica-nos como se empenham, atualmente, nas questões relacionadas com a mobilidade humana.

«Após o nosso percurso como jovens inseridos nos vários grupos paroquiais e movimentos diocesanos e juntamente com as nossas responsabilidades familiares e profissionais mantivemos o nosso empenho na paróquia», afirma Cláudia Espírito Santo.

No entanto, sentiram a necessidade de caminhar juntos em Igreja num carisma de especial atenção ao migrante, que já era muito presente no percurso de cada um, pelo facto de terem crescido numa paróquia de migrantes, «onde a integração e o respeito pela diferença são palavras-chaves», sublinha ainda. Atualmente, contactam diariamente com o exemplo dos missionários e missionárias scalabrinanas que se fazem migrantes com os migrantes.

 

Respostas para uma humanidade sofredora

 

O Beato João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza e fundador, há cento e vinte e oito anos, da Congregação dos Missionários de São Carlos, à qual está entregue o cuidado pastoral da paróquia de Amora, era conhecido como «missionário da Palavra, ministro da Eucaristia e da Igreja, homem de caridade e comunhão, filho devotíssimo de Maria, apóstolo do catecismo e pai dos migrantes».

«Apercebendo-se da situação dramática e penosa dos migrantes que partiam da Itália e da Europa buscando uma vida melhor na América, em risco de perder, não só a fé, mas também a dignidade, não descansou até encontrar uma resposta para esta porção da humanidade que naquele tempo era a mais débil, a mais sofredora e a mais abandonada. Um cenário que soa tão familiar nos dias de hoje!», conta Cláudia.

 

Formação, oração e serviço

 

O Grupo de Leigos Scalabrinianos, animado pelo carisma scalabriniano e inquietado pelas questões da mobilidade humana, surge assim em 2002, tendo a atual dinâmica desde 2010. É composto por cerca de quinze elementos, com idades entre os vinte e três e os quarenta anos. Reúne mensalmente no Seminário Scalabrini, sendo acompanhado pelo Padre Geraldo Finatto, vigário paroquial em Amora, e a Irmã Otília Morgado, também scalabriniana. Este ano, é também acompanhado pelo seminarista scalabriniano, Marcos Donato.

O grupo aposta na sua vivência e formação pessoal e espiritual e no serviço ao irmão, sempre à luz do carisma scalabriniano. As reuniões são habitualmente formativas, no aprofundamento do carisma, do fenómeno da mobilidade humana e dos documentos da Igreja disponíveis sobre esta temática, estando a oração sempre presente.

 

Gabinete de Apoio ao Migrante

 

Tentando concretizar o serviço ao irmão, criaram, recentemente, o «Gabinete Sawubona de Apoio ao Migrante», aberto na Igreja Beato Scalabrini, aos domingos, entre as 11h30 e as 12h30. «Este é um gabinete que tem como objetivo prestar um serviço de atendimento, aconselhamento e apoio à integração do migrante», elucida Cláudia.

«Continuamos, também, a colaborar com as atividades paroquiais e diocesanas, nomeadamente na realização da Festa dos Povos aquando da celebração da festa do Beato João Batista Scalabrini e marcamos presença na Peregrinação dos Migrantes ao Santuário de Fátima, em Agosto. É nosso objetivo poder dinamizar e fomentar a discussão e esclarecimento sobre as questões da mobilidade humana, tão presentes na agenda dos nossos dias», refere.

 

Sinal para os jovens de hoje

 

«Tentamos ser sinal para os jovens de hoje, porque em qualquer idade e condição de vida, há sempre lugar para todos na Igreja e que esta precisa que coloquemos a render os dons que Deus nos deu em seu proveito e dos irmãos», sublinha a responsável.

E destaca ainda: «No nosso tempo todos, mas de forma particular os jovens, vivem imersos em múltiplas solicitações, sendo missão da Igreja e especialmente da Pastoral Juvenil ir de encontro à sua realidade e mostra-lhes que em Igreja se faz caminho e que tal como dizia São João Paulo II aos jovens nas Jornadas Mundiais da Juventude de 2000, ‘na realidade é Jesus quem procuram quando sonham a felicidade’».

 

Anabela Sousa

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21 de Dezembro de 2015