D. José Ornelas, bispo de Setúbal, proferiu a primeira de seis catequeses quaresmais previstas para este Ano Jubilar da Misericórdia. A Sé de Setúbal encheu, no passado dia 14 de Fevereiro, com fiéis que ali foram participar nesta iniciativa. O pastor da diocese falou do tema «Deus de Justiça e Misericórdia».
Esta primeira catequese, com a celebração integrada dos Jubileu da vigararia de Setúbal, dos Artistas e do Renovamento Carismático Católico, começou com a atuação musical de uma orquestra de violinos que pertence ao Conservatório Regional de Setúbal – “Os paganinus”. Neste tempo de Quaresma, favorável à conversão, e em pleno Ano da Misericórdia as catequeses são vividas nas quatro portas santas da diocese.
A catequese foi introduzida por uma leitura do Livro do Êxodo, dedicada à Misericórdia de Deus, que deu mote para a pregação do Bispo. D. José Ornelas referiu que, iniciando o ministério episcopal, era muito importante começar uma reflexão sobre este tema fundamental e partilhá-lo com todos, à luz da Palavra de Deus. «Desejaria muito que este fosse o nosso caminho na construção da nossa Igreja de Setúbal: caminhar à luz da Palavra de Deus, confortados e animados pelo seu Coração de Misericórdia», disse.
O pastor da Diocese lembrou que a atenção dos tempos de hoje se dirige para as «bases da misericórdia» procurando o rosto de Deus, deixando-se guiar pela palavra e exemplo dos profetas e sobretudo de Jesus. «Nas suas palavras e nos seus gestos, descobrimos, em forma humana, o Coração de Deus», referiu.
O Prelado destacou ainda que Jesus é o Deus de misericórdia presente na terra e que se torna presente entre os pequenos, doentes e pecadores: «Deus não fica a ver lá do alto da Sua transcendência, nem se contenta em mandar uma corda aos que pedem ajuda, mas, em Jesus, vem Ele mesmo, desce ao poço da nossa pequenez e sofrimento, e carrega-nos aos ombros, porque nos ama».
Setúbal: Casa de Misericórdia
Para D. José Ornelas «esta opção pelos pobres está longe de ser a manifestação de uma ideologia de classe, em contraposição a outras classes ou grupos sociais». «Trata-se de uma opção universalizante que torna evidente que, para aceder ao favor de Deus, não há privilegiados, nem pelo poder, nem pela riqueza ou educação esmerada».
O Prelado sublinhou ainda que, começando pelos que nunca são escutados e atendidos, Jesus mostra duas coisas: primeiro, que todos, diante de Deus são pequenos e carentes de vida e pecadores, mesmo que não se deem conta disso. Em segundo plano todos têm acesso à sua misericórdia e ao seu perdão, independentemente da sua posição social ou económica e mesmo para além de considerações sobre os seus méritos morais.
O Bispo lembrou que é em Setúbal que tem que começar esta missão de misericórdia. «Esta deve ser a casa da misericórdia, do acolhimento, da solidariedade, do perdão», referiu, acrescentando que «ao entrar essa porta das nossas igrejas de pedra, onde se reúne a Igreja de pessoas, ou quem entra nos nossos centros paroquiais ou na nossas outras obras, deve sentir este perfume do carinho de Deus, antes de qualquer julgamento, acusação, ou assunto a tratar».
A catequese completa encontra-se disponível, em formato vídeo e em texto, no sítio web para o Ano da Misericórdia, em http://anomisericordia.diocese-setubal.pt/catequesesquaresmais_justicaemisericordia. No próximo dia 21 de Fevereiro vai decorrer a segunda catequese quaresmal, desta vez no Santuário de Cristo Rei.
BML