A primeira de três sessões do ciclo formativo “Aprender a Ler a Arte Sacra” – uma proposta da Comissão Diocesana de Arte Sacra de Setúbal (CDASS) – aconteceu na manhã do passado sábado, dia 25 de Março, em Setúbal. Desde logo, o sucesso da iniciativa ficou patente na grande adesão de participantes – cerca de 30 – vindos de dentro e de fora da Diocese de Setúbal.
Intitulada “Arquitectura e Liturgia. Evolução do espaço de Culto em Setúbal”, a sessão, em modo de visita-guiada, foi orientada pelo especialista em História da Arte Prof. Doutor José Custódio Vieira da Silva, que apresentou as Igrejas de São Julião e de Santa Maria da Graça (Sé) de Setúbal como casos ilustrativos da evolução no tempo da arquitectura e da organização do templo cristão, ditada pelas linguagens estéticas e pelas práticas litúrgicas próprias de cada época histórica.
O Prof. Vieira da Silva louvou esta iniciativa da CDASS por “permitir a um público tanto crente como não-crente entender espaços com determinadas funcionalidades, com símbolos muito precisos e, sobretudo, com uma história muito prolongada e intimamente associada à história e à vida de Setúbal, como é o caso destas igrejas de São Julião e de Santa Maria da Graça”. Sublinhando, pois, a abrangência da proposta, afirmou que “entender a arquitectura cristã, a maneira como ela funciona, a sua utilização, é também entender muita da história das populações que ao longo dos séculos utilizaram estes espaços e os vivenciaram à sua maneira”.
Ana Lourenço Pinto, uma participante vinda do Barreiro, realçou a importância da adaptação do discurso da História da Arte, do mundo académico, ao público em geral, “para que as pessoas conheçam o seu próprio património, que a todos pertence”. E acrescentou ainda que “é muito importante, antes de mais, que conheçamos os espaços e que depois tenhamos acesso a conteúdos e a informação validada por pessoas como o Prof. José Custódio Vieira da Silva, para além do passeio pela cidade e do convívio”.
Tiago Rocha Lima veio propositadamente de Carcavelos para participar na sessão, dado o seu grande interesse pelos temas relacionados com o património artístico e atraído pela qualidade técnica do orador. “Só se ama o que se conhece e só se valoriza o que se conhece, pelo que é absolutamente necessário dar a conhecer à população a riqueza do seu património”, afirmou, prometendo regressar a Setúbal para a segunda sessão do “Aprender a Ler a Arte Sacra”, a 29 de Abril próximo.
Todas as informações acerca desta iniciativa da CDASS encontram-se em www.artesacra-setubal.org
L. Silva
