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Festa em Sesimbra

Festa do Sr Jesus das Chagas_Sesimbra  (1)

Em Tempo Pascal, a vila de Sesimbra celebrou, no passado dia 4 de maio, a festa em honra do Senhor Jesus das Chagas. A Eucaristia solene foi presidida pelo Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, que também acompanhou a procissão pelas ruas, proferindo o sermão no Largo da Marinha, antes da bênção do mar e das embarcações.

[Fotografias disponíveis no Facebook da Diocese de Setúbal, clicando aqui.]

Numa festa preparada pela Irmandade do Senhor Jesus das Chagas, foram milhares os fiéis que acompanharam a procissão. As ruas vestiram-se de alecrim, havia colchas nas janelas, flores, foguetes e sinos a rebate. Uma festa de tradição, fé e devoção, onde muitas pessoas cumpriram promessas feitas. Caminhando junto à imagem do Senhor das Chagas, os pés descalços, as velas nas mãos e os olhos marejados falavam por si.

Ao chegar ao Largo da Marinha, avistava-se a multidão e, ao longe, nas águas, as embarcações que vieram saudar o padroeiro da vila e protetor dos pescadores, e pedir-Lhe a sua bênção. Foi aí que D. José Ornelas falou ao povo: «Sesimbra é terra de mar e de gentes que sempre trabalharam no mar. Foi no Senhor das Chagas que puseram a sua confiança. É, ainda hoje, o Senhor das Chagas que se revela fonte de coragem para encontrarem meios para viver e lutar pelas suas famílias».

«Que o mar seja fonte de vida, e não de destruição»

D. José Ornelas alertou, ainda, para a necessidade preservação da natureza, e em especial, do mar, mantendo-o fonte de esperança: «Hoje, o mar é um desafio para nós. Há que mantê-lo bonito e atraente, capaz de suscitar esperança para o mundo. Que o mar seja fonte de vida. Que não seja o que encontra morte para os refugiados, não seja o local onde deitamos tudo o que não queremos comprometendo as gerações futuras».

E acrescentou: «Que o Senhor das Chagas nos ajude a cuidar desta obra da criação de Deus confiada à nossa capacidade, para fazer do mar um meio de comunicação, seja na pesca ou no turismo, e não de destruição».

Cruz é expressão de Amor

Na Eucaristia Solene da Exaltação da Santa Cruz, o Prelado destacou, ainda, que a Cruz de Jesus é sinal de Amor. «A Cruz não é um falhanço nem exaltação do sofrimento. Este sofrimento mostra quão grande é o seu Amor do nosso Pai para connosco. Por isso, esta celebração deve ter o compromisso indiscutível de estar ao lado de quem precisa. Esta é a realidade. Para nós, cristãos, a Cruz é expressão de amor e torna-se fecunda para o mundo».

No final da procissão, ao regressar à Igreja Matriz de Santiago, antes de se cantar o hino litúrgico “Te Deum”, D. José Ornelas deixou uma palavra final onde apelou à solidariedade, paz e fé: «Temos que construir esta comunidade juntos, de uma forma tolerante e fraterna. A lógica da violência não é uma lógica de Deus porque ele é o Deus da Vida. Não chega falar de solidariedade, é preciso abrir as portas aos que têm necessidade de ajuda. Que o Senhor das Chagas nos ajude a construir um mundo melhor».

No mesmo dia 04 de maio, a imagem do Senhor Jesus das Chagas regressou à Capela da Misericórdia, local onde permanece, habitualmente, até às festas do ano seguinte.

Anabela Sousa

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06 de Maio de 2017