comprehensive-camels

Crismas na Paróquia de Fernão Ferro

CrismasFFerro

“Vem Espírito, Vem Espírito, Sozinho eu não posso mais viver”. Foi com estas palavras cantadas, de coração cheio e com imensa alegria, que no passado dia 21 de maio, a comunidade de Fernão Ferro acolheu o testemunho da Confirmação de vinte e um jovens da sua paróquia.

De facto, ninguém consegue viver só, e muito menos um cristão porque Deus nos criou à sua imagem e semelhança para que fossemos um ser de relação através da qual encontramos o próprio Deus. Fazemos parte de um corpo místico, de uma igreja, onde Cristo é a cabeça. Somos comunhão e partilhamos uma fé porque um dia cada um de nós recebeu o Espírito Santo.

Estes vinte e um jovens não são excepção. No dia do seu Batismo cada um deles recebeu o Espírito Santo e tornou-se membro da família cristã pela voz dos seus pais, padrinhos e da comunidade da qual faziam parte. No dia 21 de maio foram os crismandos a ter voz ativa e a professarem a sua fé, afirmando quererem fazer da fé da igreja, a sua. Foram eles que assumiram querer fazer parte deste corpo místico e colocarem-se ao serviço.

Presença ativa dos jovens na comunidade faz falta, e pode fazer a diferença

Após onze anos de catequese, de crescimento pessoal e em grupo, de fortalecimento da fé, de partilha de experiências e encontros pessoais com Deus, estes vinte e um jovens, numa cerimónia serena, foram convidados pelo Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, a serem cuidadores uns dos outros, mas acima de tudo da sua comunidade.

Assim como ao longo destes onze anos foram alvo de cuidados de terceiros (pais, escola, amigos, catequistas, da comunidade em geral) chega agora a vez de eles próprios cuidarem de quem deles precisa. Para isso, D. José Ornelas, lançou-lhes o desafio de fugirem aos critérios mundanos que tanto diferem dos de Cristo: que não fossem predadores dos bens do mundo, apropriando tudo para si, mas que abrissem antes os braços ao darem-se à comunidade.

Começou, naquela hora, uma nova etapa das suas vidas. Não sendo o culminar de nada mas sim um novo começo, foram ainda alertados para as dificuldades do caminho que se avizinha: não existem comunidades perfeitas. É justamente por isso que a sua presença ativa na comunidade faz falta e pode fazer a diferença: para ajudar a comunidade a crescer, a ser melhor.

O testemunho da catequista

Acrescentaria a este discurso as palavras que um amigo me disse em tempos: “Cristo morreu de braços abertos para que tu nunca fechasses os teus”. Que assim seja, que estes vinte e um jovens nunca fechem os seus braços, que se coloquem ao serviço dos outros, com a certeza de que nunca estão sós e que têm em si a responsabilidade de fazerem com que quem os rodeia também nunca se sinta só. São responsáveis por levar este amor de Deus.

Grata ao Pai por esta oportunidade de ter sido uma das cuidadoras destes jovens e com quem muito aprendi e cresci, através dos quais encontrei o amor de Deus, a cada um digo: “Voa bem mais alto, livre sem alforge, sem prata nem ouro. Amando este mundo, esta vida que é campo e esconde um tesouro”.

Filipa Santos, catequista da paróquia de Fernão Ferro

Partilhe nas redes sociais!
24 de Maio de 2017