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“Porque é que nós, jovens Cristãos, somos contra a Eutanásia?”

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No passado dia 24 de maio concentrou se uma multidão em frente à Assembleia da República que tinha um objetivo muito simples, dizer um claro e alto: “Não à Eutanásia em Portugal”! Eu estive lá e vi: a multidão foi ganhando força, com palavras de ordem e discursos de representantes das mais diversas áreas, desde líderes religiosos a enfermeiros, médicos, psicólogos e políticos.

Mas… como sou jovem, tenho que sublinhar algo que me surpreendeu e até me deu alguma esperança. Nessa mesma manifestação, encontrava se um número muito significativo de jovens, jovens esses que dispensaram do seu tempo para se imporem contra a eutanásia.

E porque é que nós, jovens Cristãos, somos contra a Eutanásia?

O 5.º Mandamento da Lei de Deus é muito claro e diz: “Não Matar“. Não diz: “não matar caso a pessoa peça”, nem “não matar caso avalies que a pessoa está em sofrimento”.

Mas… “não matar” chega? O que leva a uma pessoa a pedir a morte? Lembro também outro Mandamento que nos diz: “Ama o próximo como a ti mesmo“. Pois bem, amar o próximo pressupõe a existência deste próximo. Não podemos matar e invocar o amor e a compaixão. Quando se mata, qualquer amor ou compaixão resvalam para o vazio, desaparecem.

Só com uma conjugação plena destes dois mandamentos percebemos a necessidade de nós, jovens, nos impormos contra a eutanásia. É este o nosso papel, com a energia que nos caracteriza.

O nosso papel é cuidar, seja por meio de palavras ou gestos.

É também nosso papel mobilizarmos-nos, é nosso papel assumirmos-nos, a uma só voz e sem receios, contra a eutanásia. A eutanásia só poderá ocupar as nossas vidas se formos indiferentes e despreocupados. Um cristão não é indiferente, um cristão é preocupado, um cristão cuida.

Por sermos cristãos é-nos inerente a máxima de que a vida é dada e tirada por Deus e, por isso, em toda e qualquer circunstância, inviolável. Não podemos, em qualquer altura, tomar o lugar de Deus. Devemos, sim, confiar-Lhe o nosso sofrimento, rezar e aguardar convictamente pela nossa chegada junto dEle. Devemos, também, prestar auxílio aos enfermos, como nos dizem as “Obras de Misericórdia”. A nossa fé assim nos diz: ignorar os enfermos é negar a centralidade e importância da vida humana.

Dizia um padre: “As pessoas dizem-me ‘não aguento mais viver’. E eu digo: ‘assim. Não aguenta mais viver assim’.”

Este sempre será nosso papel: dizer o “assim” na vida daqueles que se veem sem esperanças, sem apoio, sem companhia, sem alguém para falar. Acredito na minha geração, acredito que podemos, efetivamente, inverter este ciclo de desvalorização da Vida Humana, no entanto também sei que é preciso fazer mais.

Que nunca tenhamos medo de dizer o que nos move, que no meu caso é Cristo!

José Coutinho, Grupo de Jovens do Feijó

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29 de Maio de 2018