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Festa de Tróia 2018: Nossa Senhora de Tróia – Uma experiência de fé

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Depois das festas de Nossa Senhora de Tróia há sempre melhores pescarias. Talvez seja esta certeza que leva os pescadores de São Sebastião, e com eles todos os da cidade, a irem todos os anos à capela de Nossa Senhora de Tróia, venerar e festejar a sua “santinha”.

Teologicamente, chamar santinha a Nossa Senhora parece uma grosseria. No entanto, no contexto, percebemos que o nome não quer designar uma invocação, mas tão somente uma relação que se quer de simplicidade e humildade.

E assim, um após outro, na singeleza da sua capelinha, a “santinha” vai olhando os rostos que vão desfilando sob as suas mãos postas em oração, porque afinal está também é uma Senhora do Rosário. As lágrimas, as orações, os pedidos, os gritos sonoros e calados lá vão sendo depositados naquele coração que, certamente, vai olhando os seus filhos que tantas vezes se comportam como ovelhas sem pastor. 

As procissões, pela areia da caldeira e pelas águas do Sado, devem ser os pontos altos desta festa. A bênção dos barcos, e o desfile que se segue, mostram ao mundo que os pescadores profissionais e de recreio ainda dão vida a estas águas que vão regando as vidas de quem se faz desta cidade de Setúbal.

Não sei se estas festas são uma experiência de fé menor ou maior, mas sei que há muito amor nas vidas daqueles que vi prostrados diante desta imagem, que me habituei a olhar na seiscentista capela de Nossa Senhora da Esperança. Para mim, também será agora uma imagem diferente, porque deixou apenas de ser uma escultura e passou a ser sinónimo de fé.

Texto: Padre Casimiro Henriques, pároco de São Sebastião (Setúbal)
Fotos: José Carvalho

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31 de Agosto de 2018