“Uma Igreja que escuta realmente os jovens é uma Igreja aberta ao Espírito Santo“: este é o tema de uma formação dirigida ao clero e aos animadores de jovens da Diocese de Setúbal que decorrerá na manhã dos próximos dias 30 de novembro (somente para o clero) e 01 de dezembro (para o clero e animadores de jovens), no Seminário de Almada, no âmbito do biénio dedicado à juventude. O orador convidado é o Padre Eduardo Duque, diretor do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior.
Nesta formação será abordada a temática-guia “Juventude e Vocações”, à luz das conclusões do Sínodo dos Bispos, dando particular enfoque à importância do acompanhamento e acompanhadores no discernimento vocacional dos jovens. Será, ainda, a apresentada a perspetiva da realidade diocesana a partir da análise dos dados recolhidos no inquérito diocesano aos jovens, realizado no ano pastoral passado.
Leia, depois do cartaz, os objetivos e o programa deste encontro formativo propostos pelo formador, Padre Eduardo Duque.
Numa das possíveis leituras dos sinais dos tempos, surge-nos, à partida, uma questão: os jovens de hoje têm espaço para alguma espiritualidade? Quais são as tendências da sociedade contemporânea?
Não é nada de novo dizer-se que estamos num mundo em constante e acelerada mutação. As novas tecnologias, a atual parafernália de gadgets, todos com ligação à web, vieram “esmagar” o presente. O “estar constantemente conectado” transformou a forma como se vive o tempo presente. Estamos imersos na cultura da liquidação, de que fala Bauman.
Os jovens bem sabem, e muitos sentem na própria pele, que o tempo presente é demasiado complexo, cruza processos, linguagens e estilos que eram até então inconciliáveis e tudo acontece numa vigorosa imprevisibilidade de movimentos.
Diria que estamos a viver uma espécie de estilhaçamento do presente, porque ao escutar os jovens, apercebemo-nos que, muitos deles, já não se revezem no passado – naturalmente mais lento, mais coletivo e marcado pela ausência da tecnologia -, mas, simultaneamente, também não conseguem vislumbrar o futuro, que se tornou mais opaco, incerto e, certamente, mais frágil.
Bem, perante esta sociedade produtiva e rica, mas simultaneamente descompensada, surgem, naturalmente, ruturas com alguns valores, onde a questão de Deus também se insere.
Mas Deus continua a interpelar! Os tempos mudaram, a linguagem mudou, a sociedade tornou-se mais célere, a tecnologia entrou nas nossas vidas e nas nossas casas, mas Deus, o Deus da história, continua a tornar-se presente na nossa vida.
Na formação que nos propomos orientar, pretende-se analisar as transformações que estão a ocorrer na sociedade e perceber para onde estamos a caminhar, de forma a que, de olhos despertos, possamos ser agentes de transformação positiva da nossa sociedade. Como refere o Papa Francisco “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Evangelii Gaudium, 273).
PROGRAMA
30 de Novembro (Formação somente para o Clero)
- Ser sacerdote é desenvolver processos que levam à transformação
- A nossa debilidade não são as pessoas que deixaram de vir!
- A sociedade de hoje exige que se prepare melhor o futuro
- Devíamos passar da época das reparações para a época das novas reconfigurações
1 de Dezembro (Formação para o Clero e animadores)
- Os jovens, a fé e o discernimento vocacional
- Não se trata de escutar os jovens, mas o Espírito Santo!
- Como são os nossos jovens?
- Como deve ser a Igreja do século XXI?
Padre Eduardo Duque