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Jornada Diocesana de Arte Sacra: “Uma vivência do Céu na Terra”

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Entre 1990 e 1992, o órgão da igreja de São Sebastião foi totalmente restaurado e recuperado pelo mestre António Simões. Socorremo-nos da ficha técnica por ele elaborada para afirmar que o sistema mecânico original foi mantido. Assinala, ainda, esse documento que o mestre construtor deverá ser António Machado e Cerveira (1756-1828), sendo este o maior construtor de órgãos para as igrejas restauradas no pós-terramoto.

Sendo do século XVIII, é um órgão elegante constituindo um excelente equilíbrio e contraponto ao altar-mor. Com este instrumento, podemos perceber a liturgia do século XVIII, que pretendia criar um ambiente esplendoroso no qual o crente era envolvido. Os odores do incenso, a escuta da Palavra e a melodia do canto, a pintura e escultura com representação dos santos, da Virgem e de Cristo, constituíam de facto uma verdadeira procissão divina, para a qual todos eram convidados, e até o Céu a vinha espreitar.

Foi embalado pelos sons deste órgão e pelas palavras do professor António Laertes que decorreu o serão de dia 18 de Fevereiro na igreja de São Sebastião. A música ao serviço da liturgia foi o tema principal desta jornada de arte sacra e, assim, os presentes puderam também aprender a ler um espaço que não se entende apenas pelo que se vê, mas também pelas artes muitas vezes ausentes mas essenciais à interpretação do espaço sagrado.

Se os números forem importantes, então perto de duas centenas de ouvintes tonaram-se, por alguns momentos, parte integrante daquele lugar, criado para envolver o crente na totalidade dos sentidos. “Parecia o Céu”, comentou alguém. E, afinal de contas, a liturgia pretende criar exactamente isso: uma vivência do Céu na Terra.

Comissão Diocesana de Arte Sacra

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20 de Fevereiro de 2019