A Comissão do Apostolado Social dos Jesuítas em Portugal reuniu, nos dias 16 e 17 de março, no Seminário de Almada, a sua V Assembleia Social Inaciana. O tema escolhido este ano foi “Justiça Social, Ecologia e Colaboração”.
A sessão da manhã de sábado, 17 de março contou com a participação do Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, com o tema “A Colaboração nas IPSS”. O mesmo painel teve, ainda, como intervenientes Madalena Vasconcelos, da Plataforma de Apoio aos Refugiados, com o tema “Colaboração na Sociedade Civil” e Margarida Alvim/Sandra Fernandes, do Projeto Ca(u)sa Comum, com o tema “Colaboração na Educação”.
D. José Ornelas, Bispo de Setúbal, partiu da sua experiência e da história da ação social, com a atenção às questões da pobreza e da justiça que se vem desenvolvendo na Diocese de Setúbal desde a sua fundação. Diante das enormes necessidades que se foram sentido neste território, a nível económico, social e pastoral – explicou o Bispo de Setúbal – foram surgindo diferentes obras, cada uma por si, de acordo com o impulso de cada comunidade, de cada padre, como resposta às necessidades detetadas. Isto correspondia ao chamamento do Evangelho.
Com o passar dos anos, o facto de cada uma destas instituições sociais ter vindo a crescer por si, enfraqueceu as mais pequenas que hoje têm grande dificuldade em sobreviver. Assim, o Bispo de Setúbal acredita que é necessária uma organização comum, que permita uma gestão mais eficiente, uma capacidade de negociação com fornecedores e prestadores, e um modo de servir que corresponda a uma resposta mais adequada àqueles que nos são confiados.
É necessária uma nova organização, uma nova atitude que implica parecerias, porque só trabalhando em conjunto, reunindo representantes de diferentes instituições, reforçando os laços, ganhamos capacidade de influência na relação com autoridade.
Por outro lado, reforçou ainda o Bispo de Setúbal, as parcerias também permitem maior humanização, descobrir formas de colaboração em que os mais novos se encontram com mais velhos e trocam experiências. É necessário romper com o paroquialismo e descobrir uma colaboração comum e mais transversal. Isto permite crescer em comunhão, colaboração e eclesialidade.
Tem que haver uma organização das instituições que não esteja dependente dos padres – reforçou ainda o Prelado – nem da maior ou menor capacidade deste ou daquele pároco. A sustentabilidade da organização tem que estar para lá das mudanças normais na missão dos sacerdotes. Por isso, estamos a pensar um grupo de coordenação na Diocese que tenha representantes das diferentes IPSS e que possa ajudar a todos. Por outro lado, não se pode abandonar a dimensão pastoral das comunidades e das instituições, para que aquilo que é próprio dos Pastores não se perca.
A Assembleia Social Inaciana reuniu mais de 60 pessoas ligadas às diferentes obras de cariz social ligadas à Companhia de Jesus em Portugal. Para além de obras cujo trabalho social é mais direto estiveram ainda representantes de Colégios, movimentos de acampamentos de férias e paróquias. É já o quinto ano que este encontro tem lugar no Seminário de Almada.
Gabinete de Comunicação da Companhia de Jesus