comprehensive-camels

Paixão do Senhor e Procissão Penitencial: “Um coração de misericórdia e não de condenação”

20190419-Procissao-Penitencial (20)

Na noite de Sexta-feira Santa, dia 19 de abril, realizou-se, pelas ruas da cidade de Setúbal, a já habitual Procissão Penitencial. Saindo da Igreja de São Julião em direção à Sé, esta manifestação pública de fé evoca a paixão e morte de Jesus. As meditações e os cânticos, ao longo do percurso, foram assegurados pelos jovens escuteiros da Paróquia.

Nas palavras dirigidas aos fiéis, no final da procissão, D. José Ornelas refletiu sobre o discípulo Pedro e o caminho que percorreu, com Jesus, desde o seu chamamento e adesão, à sua profissão de fé, mas também à desilusão no caminho para a Cruz, passando pela sua tripla negação, e o encontro com o olhar misericordioso de Jesus. 

“O caminho de Pedro – disse o Bispo – é bem próximo do nosso Entusiasmo e crises; serviço e autoritarismo; uma Igreja serva e, ao mesmo tempo dominante. Mas era necessário experimentar o falimento da auto-suficiência e da lógica do poder”.

Acrescentou, ainda, D. José Ornelas:”Na morte entendemos o verdadeiro discípulo e apóstolo. Pedro acaba dando a vida como o Mestre. Também para cada um de nós chega sempre a hora da fé, a hora de aceitar que o Mestre que dá a vida por nós cria um mundo novo, mas conta também com as nossas infidelidades”.

“O projeto de Deus é salvador, libertador”

Ao início da tarde, pelas 15h, o Bispo de Setúbal presidiu à Celebração da Paixão e Morte do Senhor.

Na homilia da celebração, D. José Ornelas disse que “o projeto de Deus é salvador, libertador” e que Jesus, “como homem, olhou com misericórdia para todo o género de sofrimento e para a morte. Passou fazendo o bem e propondo um caminho de justiça, de solidariedade, de amor e de paz. Os sinais dessa atitude próxima de Deus curaram os doentes, libertaram os que andavam prisioneiros do mal, alimentaram esperança, denunciaram a injustiça e a violência”.

Também hoje, disse ainda o Bispo de Setúbal, “há muitas pessoas que entendem esta atenção constante de Deus pelo seu povo e assumem essa tarefa de cuidar dos que sofrem, dos injustiçados, dos explorados, dos sem esperança. São profetas de solidariedade, curadores de feridas, construtores de ruínas, criadores de esperança”.

“Isso significa – disse ainda – envolver-se nesse mundo de dor e de injustiça, ser ferido pelas feridas dos outros, sentir a fome dos que não comem e o desespero dos sem esperança, a desorientação dos que se deixaram envolver no crime, na corrupção, no pecado. E tudo isto, com um coração de misericórdia e não de condenação”.

AS

Partilhe nas redes sociais!
20 de Abril de 2019