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Arrábida: Frei Agostinho da Cruz evocado no Círio de Azeitão

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No passado fim de semana, realizou-se o tradicional círio que, de Vila Nogueira de Azeitão, todos os anos se desloca ao Convento de Santa Maria da Arrábida para aí venerar a Virgem Maria que da Serra tomou o título.

A saída ocorreu no sábado, dia 6 de Julho, pelas 18 horas, após eucaristia celebrada na igreja de São Lourenço de Azeitão pelos padres Luís Ferreira e Ivan Petliak. O cortejo festivo, como é costume, encaminhou-se para Aldeia de Irmãos onde, junto da capela de São Sebastião, tomou rumo até à “Serra-Mãe”. Pelo caminho, houve várias paragens onde os arautos, a cavalo, tiveram oportunidade da proclamar as loas dirigidas a Nossa Senhora. O dia terminou com animada refeição comunitária, no antigo refeitório dos frades e no pátio anexo.

No domingo, dia 7, foi celebrada eucaristia solene na igreja do Convento, presidida por frei Vítor Melícias ofm, capelão deste espaço de culto. Neste ano, o sacerdote deu especial relevo na sua homilia a duas figuras magnas da espiritualidade e da cultura portuguesa, ambas com ligação às terras de Azeitão. Começou por evocar frei Agostinho da Cruz, lembrando a passagem dos 400 anos sobre a sua morte que em 2019 se comemoram e várias das iniciativas – nomeadamente diocesanas – que têm sido concretizadas. Integrou a sua figura na espiritualidade franciscana, aproveitando para dar relevo à singularidade da sua poesia e da sua relação com a natureza, não sem destacar a importância na sua obra do conceito de “liberdade” enquanto via de acesso à comunhão com Deus. Completou as suas palavras evocando ainda a figura de frei Bartolomeu dos Mártires, da Ordem dos Pregadores, cuja canonização equipolente foi aprovada no passado dia 5 pelo Papa Francisco. O sacerdote deu relevo à actualidade do seu exemplo de vida e recordou a sua presença no Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Vila Nogueira de Azeitão. Terminou sublinhando que é preciso fazer memória destas figuras – às quais juntou a do poeta Sebastião da Gama – pois elas e outras são ferramentas fundamentais para sobrevivermos num mundo tão perigoso.

À saída da procissão com a pequena imagem de Nossa Senhora da Arrábida, a larga assistência foi brindada com uma surpresa musical. Depois das loas entoadas pelos “anjinhos”, os músicos da banda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense apresentaram pela primeira vez uma contradança de homenagem à figura de Frei Agostinho da Cruz, peça composta por António Alface Ribeiro, jovem aluno do Conservatório, amplamente aplaudida.

O regresso a Vila Nogueira aconteceu ao fim da tarde desse dia, tendo a imagem da Virgem visitado o antigo Convento dos frades dominicanos, onde a esperava o seu proprietário acompanhado por frei Hermínio Araújo ofm, sendo depois conduzia para a igreja matriz, onde permanecerá até ao próximo ano.

A Comissão para as Comemorações do IV Centenário de Frei Agostinho da Cruz

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08 de Julho de 2019