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Alcochete recebe missa do 160º Aniversário de Nascimento do Servo de Deus, Padre Cruz

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O Padre Cruz, nome que vemos em Avenidas, Ruas, Bairros, Clínicas, Hotéis… Figura constante em painéis de azulejo, bustos, figuras, protegendo lares por Portugal fora, de tantos conhecido, mas para muitos mais ainda um desconhecido…

Este ano em que se assinala os 160 anos do nascimento do Servo de Deus Padre Cruz, no dia 29 de julho, segunda-feira, a Causa de Beatificação e Canonização do Padre Cruz reparte as celebrações entre Alcochete, terra que viu nascer o Servo de Deus, em 1859 e Lisboa, onde faleceu, a 1 de outubro de 1948.

A Missa será celebrada na Igreja de São João Baptista, em Alcochete, presidida por D. José Ornelas, Bispo de Setúbal, pelas 10h30 e o Jazigo da Companhia de Jesus, no Cemitério de Benfica, onde o “Santo” Padre Cruz repousa, por seu pedido expresso estará aberto para visita e oração entre as 9h00 e as 17h00.

O Padre Francisco Rodrigues da Cruz, quarto filho de Manuel da Cruz e D. Catarina de Oliveira da Cruz, era natural da vila de Alcochete, onde nasceu a 29 de Julho de 1859. Os pais, temendo pela sua frágil vida, chamaram um sacerdote para que fosse batizado em casa, sendo as cerimónias do batismo apenas completadas em fevereiro do ano seguinte.

Apesar da frágil saúde que o acompanhou desde cedo, e ao longo da sua vida, o Padre Cruz, prosseguiu a sua vida, como qualquer rapaz da sua idade. Concluídos os estudos secundários, seguiu para Coimbra, onde se formou em Teologia na Universidade de Coimbra em 1880, ordenando-se sacerdote em 1882. Entrou para a Companhia de Jesus a 3 de dezembro de 1940, após ver indeferido por diversas vezes o seu pedido para entrar na Companhia, por falta de saúde.

A vida do Padre Cruz foi de oração e união constante com Deus, onde quer que se encontrasse, aproveitava todas as oportunidades, momentos em que não estava ocupado com alguma outra coisa ou conversa para orar. O Terço e o Breviário acompanhavam-no sempre, recitou o breviário enquanto lhe foi permitido, as contas do Terço não paravam de lhe passar pelos dedos, chegando a medir as distâncias percorridas pelos Terços que rezava.

A característica dominante de toda a ação sacerdotal do P. Cruz foi sem dúvida o Apostolado, uma vida de peregrinação, de norte a sul do país, Açores e Madeira, em 1942. Por todos os lugares emanava a sua bondade, caridade e amor a Deus, a Nossa Senhora, a sua devoção ao Santíssimo Sacramento era por todos conhecida.

O Padre Cruz tornou-se também ele um peregrino de Fátima e fervoroso defensor do milagre que ali aconteceu. Falou intensamente de Fátima, e ajudou a afastar a ideia de crendice popular entre os círculos católicos, entre a classe social mais elevada, que sobre sua influência, foram sendo esclarecidos. Já em 1913, o Padre Cruz tinha dado a Primeira Comunhão e confessado Lúcia, por o Pároco se negar a dar-lhe a Comunhão. Posteriormente, em 1918, e a pedido do Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Mendes Belo, o Padre Cruz foi a Fátima com a missão de interrogar as crianças e certificar-se que Nossa Senhora mais uma vez queria salvar Portugal. Ali, dirige-se aos videntes com toda a sua ternura, aconselha-os a serem bons, fugir das más companhias, ensina-lhes várias jaculatórias, reza o terço com eles.

A todos abordava de igual forma, crentes e descrentes, sem olhar a classes sociais, mas sempre dedicando especial atenção aos “seus” presos, doentinhos, pobres, muitos que só a ele se confessariam, distribuindo conforto espiritual e material. Não ia a nenhum lugar, sem se deslocar à cadeia e hospital desse sítio. No final das Missas, sempre tinha esmola para distribuir, ou mandava dar esmola, se ele próprio não pudesse, ou não estivesse em tal local.

O “Santo” Padre Cruz, faleceu aos 89 anos de idade, em 1 de outubro de 1948, depois de uma longa existência, em que se tornou exemplo vivo das mais sublimes virtudes e dum intenso amor a Deus e ao próximo. O seu funeral foi verdadeira apoteose em Lisboa, o percurso da Sé de Lisboa até jazigo dos seus irmãos jesuítas no Cemitério de Benfica, onde, por vontade própria, quis ficar sepultado moveu multidões.

O Processo Informativo Diocesano sobre a Fama de Santidade e das Virtudes do Padre Cruz foi enviado para a Santa Sé em 1965 e os escritos do Padre Cruz (recolha de correspondência, notas, orações, etc.) aprovados por Decreto promulgado pela Congregação das Causa dos Santos em 1971.

A Vice-postulação da Causa de Beatificação e Canonização do Padre Cruz e a nova Comissão Histórica, nomeada no início de 2019, trabalham para que avance o que falta no processo e este dê entrada na Santa Sé, com vista à Beatificação do Padre Cruz.

Secretariado da Causa de Beatificação e Canonização do Padre Cruz

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19 de Julho de 2019