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Festa de Tróia 2019: a Virgem do Rosário de Tróia visitou o seu povo

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As águas do Sado dão sempre o mote para a imagem de Nossa Senhora de Tróia cruzar o rio e arrastar atrás de si, homens e mulheres do mar, que depois da celebração da Santa Missa, seguem, como de uma verdadeira corte se tratasse, a veneranda imagem até a capelinha da Caldeira de Tróia. 

São centenas, aqueles que em barcos e barquinhos vão rezando à Virgem do Rosário, e depois com Ela também se tornam daquele lugar durante três ou mais dias. Este ano, de 17 a 19 de agosto, a tradição voltou a cumprir-se. 

O programa, de ano para ano, segue sempre o mesmo ritmo. O Tríduo vai preparando os corações dos festeiros. A aia de Nossa Senhora vai preparando as suas vestes. O “Juiz” da Comissão de Festas vai-se multiplicando em reuniões e preparações pois a logística é complexa. Os membros da comissão vão preparando o terreno para que tudo esteja em ordem para receber a Mãe do Céu, que daqui a pouco chega de novo à praia da sua capelinha. 

Já colocada no seu altar, a imagem percorre a praia pela noite, seguida por uma multidão de velas, que dificilmente resistem aos ventos. Esta é a imagem perfeita da devoção de um povo de pescadores, que experimentam as agruras das águas e dos ventos, e por isso têm na Virgem da Tróia o seu refúgio e o seu amparo. Depois chega o domingo e com ele muitos romeiros juntam-se às celebrações. A Virgem percorre uma vez mais as areias, porque afinal Ela é deste povo e estas gentes querem caminhar com Ela.

No fim das festas, a Virgem lança um novo olhar pelas águas do rio azul. Abençoa as embarcações engalanadas, abençoa os doentes, os que choram e os que riem. Abençoa os que a seguem por devoção ou apenas por divertimento. Abençoa os que se ajoelham à sua passagem, e os que apenas vêm um espectáculo cultural.

E para o ano, de novo acontecerá festa, assim Deus guarde estes trabalhadores que tanto fazem para que a Virgem do Rosário de Tróia sempre visite o seu povo.

Quanto a mim, espero que a imagem volte ao seu lugar onde passa o resto do ano. A sua presença faz-me falta.

Antes de terminar este texto, expressar a minha sempre sentida homenagem aos homens e mulheres do mar, e de forma muito particular à Comissão de Festas. Agradecer ao Padre Luís Ferreira, que ao ser também nomeado Pároco da nossa cidade, com esforço aceitou ser pregador das diferentes pregações. Sei que ficou devoto da Virgem da Tróia. A todas as entidades públicas, privadas, empresariais e particulares, que o Senhor retribua cem por um, tudo o que oferecestes para que estes festejos acontecessem.

Padre Casimiro Henriques, pároco de São Sebastião (Setúbal)

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17 de Setembro de 2019