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Eutanásia: Bispos portugueses apoiam realização de referendo

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou o seu apoio a “iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia”, admitindo a possibilidade de realização de um referendo nacional.

“A opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural” refere o comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, reunido na passada terça-feira.

Os bispos católicos fazem eco das palavras do Santo Padre, na mensagem para o Dia Mundial do Doente, que recomenda aos profissionais de saúde uma ação que “tenha em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”.

A CEP recorda as suas anteriores tomadas de posição, sintetizadas na nota pastoral “Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo sereno e humanizador” de 8 de março de 2016.

“A sociedade tem de ser consultada – e o referendo é uma forma -, tem de ser ouvida sobre questões que são essenciais da própria vida. A legitimidade [do Parlamento] é, naturalmente, para servir o bem comum do povo, neste caso o povo português”, indicou o padre Manuel Barbosa, porta-voz da CEP, em conferência de imprensa.

Movimentos de cidadãos e organizações religiosas contra a despenalização da Eutanásia

Um movimento de cidadãos lançou na sexta-feira uma recolha de assinaturas que tem como objetivo propor à Assembleia da República a realização de um referendo nacional sobre “a (des)penalização da morte a pedido”, contrariando os projetos de lei apresentados pelo PS, Bloco de Esquerda, PAN e Os Verdes e debatidos no próximo dia 20 de fevereiro.

Os jovens também estão a procurar ter uma voz ativa no debate sobre a eutanásia. Surgiu uma carta aberta aos deputados do parlamento, subscrita por jovens dos 16 aos 30 anos, onde é pedido aos partidos políticos a retirada dos projetos de lei ou o seu voto contra.

O Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde, onde se integra a Igreja Católica, defende em posição conjunta, que “a vida humana é inviolável” e que “a aprovação da lei que agora se discute constituiria um tremendo e grave ato de demissão coletiva face aos membros mais vulneráveis da sociedade”.

JM

 

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12 de Fevereiro de 2020