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Igreja em Rede: Segunda-feira da IV Semana da Quaresma – “Vai, que o teu filho vive” (Jo 4, 43-54)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de segunda-feira da IV Semana da Quaresma

Comentário do padre Fernando Paiva, Pároco de Anunciada

Ao começarmos esta quarta semana da Quaresma as leituras das Missas dos dias feriais mudam de orientação, Até aqui fomos lendo os Evangelhos sinópticos com passagens do A.T. que iam formando uma unidade temática com a página do Evangelho, agora começamos a ler o Evangelho segundo S. João numa leitura semicontínua de alguns dos seus capítulos.

A I Leitura, do Livro de Isaías, situa-se no contexto do regresso do desterro de Babilónia, anunciado pelo profeta que, numa tonalidade poética e um tanto idílica, nos traz, também a nós hoje, uma mensagem repleta de esperança, “Eu vou criar os novos céus e a nova terra”. A metáfora do desterro é muito apropriada para falarmos da nossa vida aqui e agora, tal como a rezamos frequentemente na bela oração mariana, Salvé Rainha, com que finalizamos o Terço do Rosário. Os sofrimentos associados ao desterro são atenuados quando nos lembramos, ou quando somos lembrados, que o degredo não é definitivo, nem tem a palavra final, mas é antes uma etapa do nosso caminho, da qual seremos libertados. De facto, “nós esperamos os novos céus e a nova terra onde habita a justiça” (2ª Pe. 3,13). Este tempo de dificuldade e provação, que nos é dado viver, necessita ser fortemente visitado pela Esperança, a virtude teologal que nos leva a esperar em Deus e nas Suas promessas e que faz com que todas as coisas e circunstâncias da vida e sejam colocadas nos seus devidos lugares. A Esperança aponta a meta para onde devemos direccionar as nossas vidas.

No Evangelho, Jesus vai ao encontro da falta ou da pouca fé daqueles que o procuram. E embora esta necessidade de sinais e prodígios esteja longe daquela que deveria ser a justa e equilibrada atitude de uma fé madura e consistente, Jesus parte da situação real dos seus interlocutores para os ajudar a crescer na fé. Muito embora este milagre da cura física seja um gesto de imenso amor, o seu objectivo último acaba por ser o de aumentar e fortalecer a fé do pai deste filho.

Pedimos humildemente a Deus que a Sua palavra, que a Igreja nos apresenta nas leituras da Missa de hoje nos ajude, também a nós, a crescer na Fé, a ser fortalecidos na Esperança e a vivermos na Caridade. 

Padre Fernando Paiva, Pároco de Nossa Senhora da Anunciada – Setúbal

 

 

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23 de Março de 2020