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Igreja em Rede: Quinta-feira da III Semana da Páscoa – “Eu sou o pão vivo que desce do Céu” (Jo 6, 44-51)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Quinta-feira da III Semana da Páscoa

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre João Duarte, Pároco do Lavradio

Nesta quinta-feira, a liturgia apresenta-nos, na primeira leitura o Baptismo, do eunuco, funcionário de Candace, rainha etíope. No Evangelho, Jesus é apresentado como o Pão da Vida.

O Apóstolo Filipe guiado por  Deus, encontrou-se com um eunuco etíope, alto funcionário real, que tinha estado em Jerusalém para adorar a Deus e que regressava ao seu país. Este eunuco não era da raça Judaica: seria um pagão que se aproximou do judaísmo e que buscava entender as Sagradas Escrituras. Eram os chamados prosélitos. Filipe pergunta-lhe: «Entendes, porventura, o que estás a ler?». Ele respondeu: «Como é que eu posso entender sem ninguém me explicar?». Por vezes, encontramos cristãos, que estão tão cheios de si, têm a “catequese toda”, sabem tudo, mas ainda não se encontraram com  Jesus, nem O desejam. Outras vezes, temos aqueles que nasceram fora, como o eunuco da Etiópia, mas que têm sede de conhecer a Verdade e por isso convidam os “enviados de Deus” a “subir e a sentar-se”; questionam-nos «Diz-me, por favor: de quem é que o profeta está a falar?» e ainda o “Que me impede de ser baptizado?”. Aquilo que mais me cativa nesta leitura é o “desejo” do eunuco querer conhecer a Deus e a “alegria” com que segue o seu caminho depois de ser baptizado.

Diz-nos Jesus no Evangelho que para O seguir e seguir o Pai é fundamental ouvir a voz de Deus: “Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim”.  Todos nós experimentamos, mesmo nestes dias de maior recolhimento, a dificuldade em saber escutar e ouvir o silêncio. Como é difícil escutar, compreender, e viver as Palavras de Jesus: “Eu sou o Pão da Vida” e “Quem comer deste pão viverá eternamente”.  Mas Graças a Deus, apesar desta pandemia, existem pessoas que continuam a ouvir a voz de Deus, como foi o caso de uma pessoa que me disse: “Quantas vezes comunguei sem saber o que estava a fazer, e agora que o desejo de todo o coração não o posso fazer” e de outra que partilhou: “que feliz sou por ajudar a distribuir alimentos pelos mais carenciados”. Comer o pão que Jesus nos dá, é isto: deixar que Ele nos fale, conforte e incomode. É receber e partilhar, é ser amado e amar.

Padre João Duarte

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30 de Abril de 2020