Ao longa da Semana de Oração pelas Vocações, a Diocese de Setúbal foi partilhando alguns testemunhos de rostos da nossa Diocese, que nos deram a conhecer a sua experiência de vida e de discernimento vocacional.
“Deus foi ligando as várias peças”, refere o Padre Tiago Veloso, em missão na Paróquia de Palhais/Santo António, no Barreiro, que admite muitas vezes ter pensado sair ainda durante o processo de caminhada vocacional. Para o missionário passionista, ser padre “é uma aventura muito bonita, muito especial, mas nada fácil”, como é possível ver nestes tempos difíceis em que “estamos a procurar novas formas, novos métodos, novas linguagens, mantendo o mesmo Evangelho, a mesma mensagem com mais ardor para chegarmos com Jesus onde é necessário levá-lo”.
A Irmã Linda Vieira, irmã salesiana em missão na Casa de Sant’Ana, em Setúbal, confessa que a dado momento “quis ser mais convicta da fé que tinha e que vivia”. A catequese e a experiência de catequista tiveram um papel muito importante mas foi uma experiência de missão com a Comunidade Emanuel em França que a fez entender que “ser cristã, ser amiga de Jesus é fundamental na nossa vida e que isso pode passar por diferentes vocações”. Em Roma, contactando com jovens religiosos, percebeu que “queria ser feliz” como eles e, encontrando um livro de São João Bosco, percebeu que “Jesus não só pedia amizade mas também pedia amor. Pedia-me que eu me entregasse totalmente a ele.”
“Senti que o Senhor me chamava a fazer mediação, a ser meio, a ser canal pelo qual a sua Graça chegaria às pessoas” diz o Padre João de Brito, Quasi-Pároco de São Francisco Xavier de Caparica, confessando que achava que a sua vocação nunca passaria pelo sacerdócio. Achando que o mistério sacerdotal era um “excesso”, aquilo que trouxe “tranquilidade do passa a dar” foi “pensar como aquele que se humilha diante de Deus reconhece inteiramente o dom que lhe é feito, o excesso desse dom, a desmesura desse dom mas aceita-o em paz porque vem de Deus. Aquele se humilha diante de Deus aceita tudo o que Pai lhe der.”
“Andei à luta com Deus” confessa a Irmã Elodie Filipe, Irmã da Apresentação de Maria. A primeira vez que se sentiu chamada tinha 14 anos, mas ainda não tinha maturidade nem experiência para saber o que realmente queria. Crescendo, e com os dados que lhe eram fornecidos pela sua experiência,” fui procurando descodificar a linguagem de Deus e fui percebendo pouco a pouco (e aceitando pouco a pouco) que o meu caminho de felicidade e salvação passava por esta entrega a Deus.”
Para o Diácono Cláudio Rodrigues, o seu caminho de discernimento foi marcado pelo pai que lhe transmitiu “um grande desejo de justiça” e por um “conjunto de homens e mulheres que irromperam pelo Monte de Caparica, que vieram trazer algo de excecional, de fora do normal e inimaginável” e que o fizeram perceber que a fé tinha algo a ver com a sua vida e que não lhe permitia continuar a ver o mundo e a vida da mesma forma. Sobre a experiência do Seminário, classifica-o como um tempo em que a sua fé “foi experimentada, testada, condimentada”.
“Desde muito cedo me senti interpelada por esta vida de consagração” conta a Irmã Fátima Ferraz, Irmã Missionária Franciscana de Nossa Senhora. “Aos 16 anos entrei na congregação à qual pertenço. Depois da preparação e acompanhamento vocacional, senti que este era o caminho a seguir.” “Fui desafiada a entregar toda a minha vida a Deus e decidir colocar todo o meu presente e futuro nas Suas mãos.” Sobre a sua presença na Igreja, a irmã refere que presta o seu serviço ao outro através da vida ativa e contemplativa da comunidade, “nos campos de evangelização, educação, saúde e na área sócio-caritativa.”
A Semana de Oração pelas Vocações está a ser assinalada desde 26 de abril, uma iniciativa anual que em 2020 decorre num contexto inédito, por causa da pandemia de Covid-19, e que teve como tema “Gratidão, coragem, tribulação e louvor: as palavras da vocação.”
Na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração das Vocações, celebrado no IV Domingo da Páscoa, o Papa Francisco refere que “A nossa realização e a dos nosso projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso ‘eu’ isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais, da resposta a um chamamento que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir”.
“Gratidão, coragem, tribulação e louvor”: Semana das Vocações 2020
Sugestões da Semana: Vocações – 26 de abril a 2 de maio de 2020