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Igreja em Rede: Terça-feira da IV Semana da Páscoa – “Eu e o Pai somos um só” (Jo 10, 22-30)

Igreja em Rede - formato diocese

Liturgia de Terça-feira da IV Semana da Páscoa

Comentário à liturgia de hoje pelo Padre Pedro Baldaia, Pároco do Pragal

Uma das imagens mais antigas que os primeiros cristãos utilizaram para representar Jesus é a do Bom Pastor. De facto, Ele é o Pastor que reúne, protege e dá a vida pelas suas ovelhas. 

“As minhas ovelhas escutam a minha voz”, diz-nos o Senhor. A nossa fé cristã é uma relação com Alguém que tem uma voz que não nos deve deixar indiferentes. São Paulo recorda-nos que a fé nasce da escuta (Rom 10, 17). No meio da cacofonia de vozes que escutamos e que nos impelem a tomar várias decisões nem sempre consentâneas com a nossa vocação cristã, no meio de tanta informação e desinformação, somos chamados a reconhecer a voz do Bom Pastor que nunca nos engana. Jesus, que revela a Sua divindade, ao afirmar a Sua unidade com o Pai, promete a todo aquele que O escuta e segue a vida eterna. Esta promessa de Jesus deve ser a nossa “grande ambição”. 

Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? (Rom 8, 35). Com certeza que nada nos pode separar do amor do nosso Bom Pastor.

Temos sempre de ter um espírito de confiança no Senhor, temos sempre que nos lembrar que Deus não perdeu o controlo de nada. Como filhos adoptivos, Ele promete cuidar de cada um de nós: “ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10, 28). Confiar a Deus, independentemente das circunstâncias da vida, é um grande sinal de maturidade espiritual. Teremos paz e serenidade quando confiarmos que o Senhor é o nosso Pastor. Ele escolheu-nos pelo sacramento do Baptismo para pertencermos a Ele. “Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto” (Jo 15, 16). É necessário colaborar com o Senhor, é necessário aceitá-Lo, é necessário permitir que Ele seja o Senhor da nossa vida, dar-Lhe o comando da nossa vida, obedecer os seus mandamentos, e pugnar por uma relação de maior intimidade com Ele. O vazio que muitos dos nossos irmãos experimentam nos nossos dias tem muito a ver com o facto de tentarem preencher as suas vidas com coisas que não os satisfazem. As necessidades do nosso coração, como as de amor, de sentido, de segurança e de compreensão são satisfeitas na sua totalidade pelo nosso Bom Pastor. Quem procura outros recursos para colmatar o seu vazio, sentir-se-à cada vez mais vazio. 

É em torno de Jesus que deve decorrer a nossa vida. Reparemos que através dos acontecimentos tumultuosos narrados na primeira leitura, a Igreja foi-se expandido e incrementando também o seu poder espiritual. Efectivamente, nada escapa ao olhar providencial do nosso Bom Deus que nos continua a dizer: “Tende confiança! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33).

Padre Pedro Baldaia

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05 de Maio de 2020